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Eletrobras: esqueça o balanço e foque na privatização, dizem analistas

16 nov 2020, 21:56 - atualizado em 17 nov 2020, 1:42
Eletrobras
Para o analista Daniel Travitzky, do Banco Safra, a crise de coronavírus irá acelerar as reformas econômicas do governo, inclusive a privatização da estatal (Imagem: Facebook/Eletrobras)

Os resultados da Eletrobras (ELET5;ELET3) não encheram os olhos dos analistas, mas seus papéis continuam atraentes. Isso porque a privatização da empresa está próxima, o que pode alavancar os preços das ações.

Para o analista Daniel Travitzky, do Banco Safra, a crise do coronavírus irá acelerar as reformas econômicas do governo, inclusive a privatização da estatal.

“O processo de privatização pode trazer muitas vantagens para a empresa, como um plano de desinvestimento, programas de redução de custos, melhorias de alocação de capital e melhor gestão de passivos”, afirma.

Já o analista da Ativa Investimentos, Ilan Arbetman, acredita que mesmo com todo imbróglio envolvendo seu processo de privatização, “que estimamos continuidade em 2021 e término ao fim do mesmo ano”, é impossível ignorar o desconto aparente de seus múltiplos.

“As perspectivas positivas quanto ao aumento de carga em geração e maior demanda nas linhas transmissivas, que somadas às reduções de despesas que vem sendo promovidas pela administração, criam drivers de crescimento capazes de gerar valor de forma consistente à companhia”, afirma.

Um dia após a divulgação dos resultados, o CEO da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr., afirmou que a privatização deve sair no próximo ano.

“Acho que o plano era de haver uma retomada ainda este ano, as discussões em torno dessas questões. Mas ainda tem agora (votação no Congresso sobre) Orçamento, tem as eleições (municipais)… acredito que a gente terá a retomada dessas discussão do projeto de lei da Eletrobras logo no começo desse ano que está entrando”, afirmou.

Resultado

De acordo com o Safra, a Eletrobras reportou números fracos, com um Ebitda de R$ 1,5 bilhão, 54% abaixo das estimativas da casa de análise e 32% abaixo das estimativas de consenso, que apontava para R$ 2,2 bilhões.

O lucro líquido ajustado de R$ 1,6 bilhão também não agradou. A cifra ficou 1,5% menor do que o esperado pelo banco.

Já para a Ativa, os números vieram acima do esperado, com o balanço sendo impactado por uma série de provisões que, embora tenham evitado a consolidação de um melhor trimestre para a empresa, não afetaram a estabilidade do seu desempenho operacional.

Entre os destaques positivos, a corretora pontua a queda de 1,2% dos custos e despesas, enquanto as despesas com pessoal, materiais e serviços caíram 4%, 29% e 5%, respectivamente.

Por outro lado, as receitas líquidas recorrentes com geração teve redução de 9,6% por conta da queda de 21% em suprimentos.

Recomendação

O Safra manteve a recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 53, o que implica potencial de valorização de 58,2%.

A Ativa também recomendou a compra dos papéis, com preço-alvo de R$ 43,25, valorização de 32%.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.