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Emissões de títulos de alto rendimento da América Latina ganham ritmo

13 jan 2021, 17:01 - atualizado em 13 jan 2021, 17:01
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Segundo Natalia Corfield, responsável por pesquisa de crédito corporativo para a América Latina no JPMorgan, os títulos de alto rendimento da América Latina têm mais espaço para valorização em 2021 (Imagem: Agência Brasil/Marcello Casal Jr.)

Empresas latino-americanas preparam um grande volume de emissões de títulos com grau especulativo para aproveitar a demanda de investidores por uma das poucas regiões que ainda oferecem rendimento.

Pelo menos três emissores de títulos de alto rendimento preparam vendas, com potenciais emissões de empresas como a Marfrig Global Foods (MRFG3) e a operadora de telefonia móvel chilena WOM.

Empresas buscam refinanciamento depois que os rendimentos dos títulos de dívida da América Latina caíram para 4,35% em relação à máxima de 13% em maio passado, enquanto investidores buscam retornos maiores do que os oferecidos em outros mercados emergentes e US$ 16,4 trilhões em dívida global com rendimento negativo.

“A América Latina é onde o rendimento está sendo oferecido, e é por isso que investidores estão basicamente migrando para lá”, disse Soummo Mukherjee, analista de crédito sênior da Lucror Analytics.

O Itaú Unibanco (ITUB4) vendeu US$ 500 milhões em títulos na terça-feira com rendimento de 3,95%, enquanto a FS Bioenergia aproveitou títulos com vencimento em 2025 para vender mais US$ 50 milhões com rendimento de 8,352% na segunda-feira, de acordo com a Lucror.

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A Fitch atribuiu nota BB para uma possível emissão de US$ 1 bilhão da Marfrig (Imagem: Facebook/Marfrig)

A Fitch atribuiu nota BB para uma possível emissão de US$ 1 bilhão da Marfrig, enquanto a S&P Global Ratings classificou os títulos da esperada venda de até US$ 450 milhões da WOM com nota B+. A empresa de logística Simpar (SIMH3) iniciou reuniões com investidores, que provavelmente serão seguidas por um título denominado em dólares já na quinta-feira.

Empresas com títulos de alto rendimento e financeiras podem vender até US$ 45 bilhões do total de US$ 75 bilhões em emissões de títulos corporativos latino-americanos esperados neste ano, de acordo com dados compilados pelo JPMorgan Chase. Seria o maior volume para emissores junk, ou de alto risco, desde pelo menos 2017, de acordo com o banco.

O setor está pronto para um forte ano em 2021, e pode se sair melhor do que o títulos com grau de investimento, disse Natalia Corfield, responsável por pesquisa de crédito corporativo para a América Latina no JPMorgan.

O banco recomenda alguns créditos com nota mais baixa, como os bônus perpétuos do Banco do Brasil (BBAS3), títulos com vencimento em 2027 da Cemex e papéis com vencimento em 2079 da concessionária chilena AES Gener. Todos oferecem retorno de 5% ou mais, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

Segundo Corfield, os títulos de alto rendimento da América Latina tiveram desempenho inferior em 2020 e têm mais espaço para valorização em 2021. “Mas estamos sendo muito seletivos”, disse. “Não estamos recomendando tudo que tem maior rendimento.”

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