Ibovespa cai 9,9% e Petrobras derrete 25%

A segunda-feira começou vermelha no Ibovespa (IBOV) com o impacto da onda global de pessimismo arrastando o índice local para a maior queda desde o Joesley Day.
O mau humor internacional com os impactos imprevisíveis do coronavírus sobre a economia foi amplificado com a decisão da Rússia de abandonar o acordo de corte de produção com a Opep.
A reação saudita, líder do cartel, foi declarar uma guerra total de preços com anúncio de desconto maior que o preço de referência Brent nas exportações da commodity pela estatal Saudi Aramco. O objetivo saudita é passar a disputar participação de mercado a qualquer preço com russos e produtores de shale oil dos EUA.
O petróleo pode cair para até US$ 20 o barril e testar os níveis em que alguns produtores podem operar, escreveram os analistas do Goldman Sachs.
A disputa derreteu os preços, com um tombo de mais de 20% para a casa dos US$ 30 o barril. A decisão saudita durante o fim de semana pegou os mercados – já abalados pelo vírus – de surpresa, em uma tempestade perfeita que derrubou os ativos de risco e deu suporte aos porto-seguros.
Enquanto o dia é pesado nos EUA, com quedas de cerca de 5% nos futuros do S&P 500, Dow e Nasdaq, o pregão promete ser mais animado no Brasil.
Economia
O mercado passou a ver crescimento econômico abaixo de 2% este ano enquanto o grupo que mais acerta as previsões reduziu a expectativa para a taxa básica de juros tanto neste ano quanto no próximo, de acordo com a pesquisa Focus que o Banco Central divulgou nesta segunda-feira.
Maiores quedas
A Petrobras é uma das principais impactadas pelo pânico no mercado global de petróleo e os papéis preferenciais PETR4 afundam 24,4% para R$ 17,26, enquanto os ativos ordinários PETR3 cedem 24,61% para R$ 18,15. A PetroRio (PRIO3), também do setor, desaba 36,51% para R$ 22,50, mínima do dia até agora.
O ambiente negativo também cobra seu preço sobre os ativos do setor financeiro, que passam por forte reprecificação. O Itaú (ITUB4) abriu com perdas de 5,06%, enquanto o Bradesco (BBDC4) perde 4,65% e o Banco do Brasil (BBAS3) recua 5,77%. O Santander (SANB11) cai 5,07%.
As principais varejistas do Ibovespa e queridinhas dos investidores dos últimos anos acompanham o momento negativo com tombo de 12,33% na Magazine Luiza (MGLU3) e 23,01% na Via Varejo (VVAR3). C&A (CEAB3) perde 8,98%, Natura (NTCO3) opera com perdas de 9,47% e Carrefour (CRFB3) recua 6,8%.
Empresas
A Hypera (HYPE3) teve queda de 22,9% no lucro líquido do quarto trimestre de 2019 ante o mesmo período do ano anterior, com o valor atingindo R$ 238,8 milhões. Os dados reportados na última sexta-feira (6) também mostraram que o volume da base anualizada se manteve em R$ 1,1 bilhão, em linha com o guidance estipulado pela companhia.
A Hypera anunciou a expectativa de obter, em 2020, uma receita líquida entre R$ 4,25 bilhões e R$ 4,35 bilhões, além de um lucro líquido de aproximadamente R$ 1,27 bilhão.
A Ambev (ABEV3) planeja investir 2 bilhões de reais na abertura de novas fábricas no Brasil, onde enfrenta uma concorrência mais forte à medida que a Heineken se expande agressivamente.
A Oi (OIBR3;OIBR4) obteve um sinal verde para avançar com o seu pedido de prorrogamento de sua recuperação judicial. A 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro decidiu aceitar o pedido da empresa para a realização de nova Assembleia Geral de Credores sobre o assunto, mostra um comunicado enviado pela empresa ao mercado nesta segunda-feira (9).
A Log-In (LOGN3) informou ao mercado que sua subsidiária, a Log-In International GmbH, sediada na Áustria, adquiriu uma nova embarcação porta-contêiner. De acordo com o documento, a compra foi realizada na empresa Lomar Shipping e teve o custo de US$ 13,1 milhões.
A Totvs (TOTS3) anunciou na última sexta-feira (6) a aprovação do seu programa de recompra de ações de 3 milhões de ações.
(Com Bloomberg, Reuters, Investing)