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Livre de uma possível crise? Tether afirma não ter investimentos na polêmica Evergrande

15 set 2021, 12:03 - atualizado em 15 set 2021, 12:08
A emissora da maior stablecoin do mundo disse que, embora tenha notas promissórias internacionais, não forneceria mais informações sobre o assunto (Imagem: Twitter/Tether)

A emissora de stablecoin Tether (USDT) disse que não possui qualquer nota promissória emitida pela gigante imobiliária chinesa Evergrande. O comunicado foi feito em meio a preocupações de que as dificuldades da Evergrande podem impactar o mercado de notas promissórias.

“Tether não possui qualquer nota promissória, débito ou valores mobiliários emitidos pela Evergrande e nunca possuiu”, disse um porta-voz da Tether. “Conforme indicamos em nossas declarações e em nosso mais recente relatório datado de 30 de junho de 2021, a grande maioria das notas promissórias que a Tether possui está classificada pelo nível A-2 e maior.”

Tether é a emissora da maior stablecoin dos mercados cripto, a USDT, a qual, atualmente, tem uma capitalização de mercado de US$ 68 bilhões.

Há uma variedade de ativos como garantia da stablecoin, majoritariamente composta de notas promissórias, certificados de depósito e notas de tesouro. Outros ativos incluem empréstimos, títulos, dinheiro e criptomoedas.

Notas promissórias e certificados de depósito representavam quase metade dos ativos da Tether, cerca de US$ 30,8 bilhões, em 30 de junho de 2021 – a data indicada no mais recente relatório de garantias da emissora.

De acordo com um relatório do Financial Times publicado antes do primeiro relatório da Tether em maio, a quantia destinada às reservas coloca a empresa na mesma liga de companhias de investimento, como Vanguard e BlackRock.

A Tether forneceu poucas informações sobre em que estão baseadas as notas promissórias. Quando questionada pelo The Block se possuía qualquer nota promissória chinesa, a empresa afirmou que detém notas promissórias internacionais, mas que não forneceria mais detalhes sobre o assunto.

No entanto, a Tether disse ao Financial Times que tem limites quanto à sua exposição regional.

Crescente crise na China

Na China, existe neste momento uma série de preocupações quanto à Evergrande, incorporadora que tem um débito maior que US$ 300 bilhões e está com dificuldades de pagar suas dívidas. Caso a companhia entre em colapso, haverá um grande impacto no sistema financeiro.

Evergrande tem procurado encontrar soluções para diminuir sua pilha de dívidas. A companhia arrecadou US$ 8 bilhões em agosto, segundo a Bloomberg, mas não foi suficiente. No dia 8 de setembro, Fitch Ratings disse que é provável que a empresa não pague seu débito.

Desde então, autoridades chinesas disseram a bancos que a Evergrande não pagará os juros de seus empréstimos na próxima semana, de acordo com a Bloomberg.

“Esse débito monstruoso de US$ 300 bilhões é potencialmente o Lehman Brothers da China, negociando dívidas para contrapartes chinesas (e globais) (que podem incluir Bitcoin por meio da Tether) em spreads que implicam falência”, disse David Llewellyn-Smith, estrategista-líder da Nucleus Wealth, em um artigo recente.

Evergrande é a maior emissora de notas promissórias do mercado imobiliário chinês, segundo a Reuters. No final de 2020, a empresa tinha US$ 32 bilhões em notas promissórias. A agência de notícias estimou que o valor, na verdade, poderia ser ainda maior, visto que a companhia tem outras unidades que também emitem notas promissórias.

“Há a dura realidade de que [um possível colapso] terá um impacto enorme nos mercados de notas promissórias. Independentemente da nota promissória que você tenha, títulos e notas promissórias seriam atingidos e algumas emissoras podem ser prejudicadas”, disse Adam Cochran, sócio da Cinneamhain Ventures, em um tuíte.

Como resultado, mesmo que a Tether afirme não ter notas promissórias da Evergrande, uma agitação no mercado de notas promissórias poderá ter amplas consequências.

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