Economia

Lula confirma moeda comum com Argentina para não depender do dólar em relações comerciais

23 jan 2023, 15:21 - atualizado em 23 jan 2023, 15:21
Lula, moeda comum
Brasil e Argentina querem avançar com estudo sobre moeda comum para relações comerciais e transações financeiras. (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou a intenção de o Brasil e Argentina de criarem uma moeda em comum para relações comerciais e transações financeiras.

Em resposta à jornalistas durante um evento realizado na Casa Rosada, em Buenos Aires, Lula afirmou que os ministros – Fernando Haddad e Sergio Massa – farão uma proposta de comércio exterior e de transações entre os dois países.

“Se dependesse de mim, teríamos comércio exterior sempre na moeda de outros países para que a gente não precise ficar dependendo do dólar. Por que não tentar criar moeda comum entre os países do Mercosul? Por que não tentar criar uma entre os países do Brics?”, apontou o presidente.

Lula ainda relembrou de uma experiência que Brasil e Argentina realizaram de fazer negócios em suas próprias moedas, o real e o peso argentino. “Se não me falta a memória, foi em 2008 que estabelecemos que os argentinos poderiam comparar pagando em sua moeda e o Brasil poderia pagar em sua moeda.”

Segundo Lula, foi uma experiência muito “tímida”, porque a decisão era optativa e não impositiva. Por isso, não teve a força que os governos imaginavam que teriam.

O presidente afirma que há países que tem dificuldade em adquirir dólar e por isso a moeda em comum é interessante. Com isso, os bancos centrais poderiam fazer os acertos de contas de tempos em tempos.

Veja o discurso de Lula na íntegra

*Fala de Lula começa em 22:41

Moeda comum

A nova moeda seria utilizada apenas em transações comerciais e financeiras entre países do Mercosul para reduzir a dependência dos países latinos ao Dólar, que vem pressionando os emergentes.

Ou seja, o comércio estaria livre das flutuações cambiais, mas os países podem manter suas atuais moedas para uso interno.

Os estudos sobre o projeto envolvem não apenas questões fiscais, mas também precisam levar em conta o tamanho das economias e o papel dos bancos centrais locais.

A moeda virtual pode ser batizada de “sur” e outros países da região foram convidados para participar do estudo.

A ideia é que a moeda seja inspirada na Unidade Real de Valor (URV), usada durante a transição entre o Cruzeiro Real e o Real. Além disso, ela seria emitida e regulamentada por uma espécie de banco central sul-americano – assim como o Banco Central Europeu, para a Zona do Euro.

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Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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