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Números e tendências indicam mais carne bovina brasileira de 1ª nos EUA; bom para JBS, Minerva e Marfrig

22 fev 2021, 10:22 - atualizado em 22 fev 2021, 10:29
Carnes
CArne bovina premium tem mercado aquecido nos EUA e com tendência de crescimento (Imagem: Reuters)

Os 500 mil mortos em decorrência da Covid-19 nos Estados Unidos não reduzem a esperança de que a curva deverá a cair a qualquer momento ao ritmo da vacinação, superando já as 42 milhões de pessoas e com oferta do imunizante triplicando nos próximos dias.

Junto ao pacote de US$ 1,9 trilhão que o presidente Joe Biden anunciou de auxílio, as perspectivas para a economia reacendem o potencial de reaquecimento do consumo.

Vale à pena apostar nas boas possibilidades de a carne bovina brasileira in natura pegar carona, mais ainda se for levado em conta os últimos números. Como a onda de frio histórica até nas pradarias está comprometendo as criações de bois, mesmo para sistemas de semi e confinamento mais participantes que produção a pasto, há espaço para os frigoríficos brasileiras aproveitarem o curto prazo.

Em janeiro, as exportações dos três grandes para lá – JBS (JBSS3), Minerva (BEEF3) (só exportava através das subsidiárias de Uruguai e Argentina) e Marfrig (MRFG3) – praticamente 100% de tudo que os americanos compram do Brasil, ganharam mais 133%. As 2.748 toneladas parecem pouco quando apresentam os EUA como o 9º maior comprador, mas os valores pagos são maiores, equivalentes aos percebidos na Europa.

As estatísticas de 2020 relativas ao mercado americano passaram desapercebidas, mas atacadistas americanos se constituíram no 4º destino da carne bovina brasileira.

Mais importante: 40% dos embarques foram de carne in natura, contra zero de 2019 para trás, quando o USDA (Departamento de Agricultura) e a agência sanitária só autorizavam as importações de proteína brasileira de semi processada para cima, e, ainda assim, de cortes de segunda linha. Foram embarcadas 59,4 mil toneladas no total e desembarcam aqui US$ 413 milhões.

Cresce, portanto, a demanda que por carne nobre, acima do boi China e quase equivalente à Cota Hilton, que, se bem aproveitada, vai ser sentida favoravelmente no boi de bom padrão até o final de 2021.

A potencialidade de aumento de consumo de proteína bovina também já é sentida na bolsa de commodities de Chicago. O boi futuro de fevereiro, negociado ao final de novembro, estava cotado em torno dos US$ 108 o centun weight (cwt), que equivale a 45,35 kg.

Nesta segunda (22), o contrato está quase expirando em US$ 116. E o próximo, de abril, acima de US$ 123, em mais 0,58%, às 10 horas (Brasília).

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
giovanni.lorenzon@moneytimes.com.br
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.