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Pré-Market: Congresso aprova, mas não conclui

31 ago 2017, 10:52 - atualizado em 05 nov 2017, 13:57

Olivia

Olivia Bulla é jornalista e escreve diariamente sobre os mercados financeiros no blog A Bula do Mercado

Depois de muitas complicações com o andamento da pauta econômica no Congresso, a situação se normalizou e o governo conseguiu o “ok” dos parlamentares em relação à nova taxa de juros de longo prazo (TLP) e também à mudança das metas fiscais, o que tende a sustentar o otimismo nos mercados domésticos. Porém, a conclusão da proposta que revisa o rombo das contas públicas ficou para a semana que vem, trazendo certa cautela.

Sem a votação dos destaques sobre a revisão das metas fiscais, o governo fica impedido de apresentar o Orçamento de 2018 com a meta ajustada para R$ 159 bilhões. Só o que o prazo para entrega do texto ao Legislativo vence hoje e a equipe econômica terá que se basear na meta anterior, de R$ 129 bilhões, promovendo um corte de gastos de R$ 30 bilhões no projeto e prevendo receitas desatualizadas.

Uma nova sessão foi convocada para a semana que vem, quando se espera ter quórum para avaliar as duas últimas emendas. Para o líder do governo no Senado, Romero Jucá, o adiamento não foi uma derrota do governo e tampouco irá gerar dificuldades ao Executivo. Segundo ele, a solução é simples: basta entregar a proposta do Orçamento de 2018 dentro do prazo e, depois, ajustar a previsão de déficit.

Na avaliação da equipe econômica, não haveria tempo hábil para levar adiante as etapas legais do processo antes do fim do prazo para envio da peça orçamentária. Ainda mais com o presidente Michel Temer fora do país, o que deixará a cargo de Rodrigo Maia a modificação das metas fiscais. Temer chegou hoje à China com as atenções divididas entre as conversas com empresários chineses e os desafios do governo em Brasília.

A prioridade era a votação da TLP, que foi concluída ontem na Câmara, mas que ainda precisa passar pelo Senado e ser aprovada até o próximo dia 6, senão perde a validade. O governo também corria contra o tempo em relação às novas metas fiscais, buscando o aval para um rombo maior até 2020. Só que a agenda do Congresso estará apertada na semana que vem, que será mais curto por causa do feriado de 7 de setembro.

Falta ainda votar o texto reeditado do programa de renegociação de dívidas (Refis), que estendeu o prazo de adesão de pessoas físicas e jurídicas com maiores descontos até 29 de setembro. Como pano de fundo, os parlamentares continuam a debater a reforma política. Em meio a tudo isso, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, faz ajustes na delação de Lúcio Funaro, o que pode implicar o presidente.

Com isso, as atenções dos investidores seguem divididas entre o noticiário político e os agenda econômica. Entre os indicadores do dia, destaque para os dados atualizados até julho sobre o desemprego no Brasil (9h). A expectativa é de que a taxa de desocupação permaneça em 13%, seguindo nos níveis mais baixos desde o início do ano. Ainda assim, o total de pessoas sem trabalho no país deve seguir em torno de 13,5 milhões, com a renda média girando em R$ 2,1 mil.

No exterior, a quinta-feira começa com a leitura preliminar de agosto do índice de confiança do consumidor na zona do euro e também com a taxa de desemprego na região da moeda única em julho. Nos Estados Unidos, às 9h30, saem os pedidos semanais de auxílio-desemprego, juntamente com a renda pessoal e os gastos com consumo em julho.

Logo cedo, os dados de atividade na China mostraram um comportamento desigual. Enquanto o índice dos gerentes de compra (PMI) do setor de serviços caiu pelo segundo mês consecutivo e marcou a leitura mais fraca desde maio, a 53,4 em agosto de 54,5 em julho,  o índice da indústria subiu a 51,7, de 51,4, no mesmo período, contrariando a previsão de queda.

Ainda assim, esses números, somados aos dados robustos do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no segundo trimestre deste ano, mostram resiliência das duas maiores economias do mundo, o que sustenta os mercados internacionais. Os investidores também digerem os sinais enviados pela Casa Branca após o novo míssil lançado pela Coreia do Norte, enquanto aguardam dados oficiais sobre o mercado de trabalho norte-americano, amanhã.

Nesta manhã, as principais bolsas europeias avançam, seguindo a sessão de ganhos na Ásia – exceto na China – e embaladas pelo sinal positivo vindo de Nova York. O dólar mede forças ante as moedas rivais, ao passo que o petróleo recua ainda repercutindo os estragos causados pela tempestade tropical Harvey no Texas, onde fica metade das refinarias dos EUA. Os contratos futuros da gasolina avançam pelo oitavo dia seguido, testando os níveis mais altos desde julho de 2015.  

Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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