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Resultados do 1º trimestre: o que esperar das empresas de bens de capital?

15 abr 2021, 15:22 - atualizado em 15 abr 2021, 15:22
Randon
A Ágora Investimentos está confiante com Tupy, Randon e Iochpe-Maxion (Imagem: Facebook/Randon)

Uma nova temporada de resultados está para chegar no mercado brasileiro, e analistas da Ágora Investimentos não descartam surpresas na recuperação de alguns nomes do setor de bens de capital.

As maiores apostas da corretora vão para Tupy (TUPY3), Randon (RAPT4) e Iochpe-Maxion (MYPK3). As três ações receberam recomendação de compra, com preços-alvo de R$ 34, R$ 19 e R$ 19, respectivamente.

A Ágora estima receita líquida de R$ 1,5 bilhão para a Tupy no primeiro trimestre do ano.

“A Tupy deve reportar receitas recordes com uma combinação de recuperação de volume e um real mais fraco”, disseram os analistas Victor Mizusaki e Luiza Mussi, em relatório divulgado nesta quinta-feira (15).

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da empresa deve atingir R$ 197 milhões, crescimento de 70% em comparação ao mesmo intervalo de 2020.

Apesar do forte Ebitda, os analistas acreditam que a margem da Tupy pode ser negativamente impactada pela paralisação temporária da produção no México, que limitou o consumo de gás natural. O lucro da companhia deve somar R$ 48 milhões, saindo de um prejuízo de R$ 208 milhões no primeiro trimestre de 2020.

A receita da Randon (estimada em R$ 1,8 bilhão, alta de 51% na comparação ano a ano) deve ser beneficiada pela forte demanda por caminhões e reboques do setor agrícola, bem como pela consolidação total da Nakata.

Já a Iochpe deve se beneficiar das receitas dolarizadas. A expectativa é de que a companhia reporte receita de R$ 2,7 bilhões, Ebitda de R$ 283 milhões e salto de 464% no lucro, para R$ 52 milhões.

O Ebitda da Marcopolo deve vir 68% menor no primeiro trimestre, de acordo com a Ágora (Imagem: YouTube/Marcopolo S.A.)

Em relação a WEG (WEGE3) e Mahle Metal Leve (LEVE3), as estimativas também são boas. No caso da primeira empresa, a recuperação dos segmentos internacionais de ciclo longo pode levar a uma receita em dólares estável e margem Ebitda maior.

A Metal Leve, por sua vez, está bem posicionada para absorver a fatia de mercado deixada pela Ford no mercado nacional. O mercado de reposição e as exportações deve continuar sustentando o crescimento da receita, que pode chegar em R$ 650 milhões no primeiro trimestre.

A Ágora tem recomendação neutra para WEG e de venda para Metal Leve. Os preços-alvo indicados são de, respectivamente, R$ 82 e R$ 17.

A Marcopolo (POMO4) será o destaque negativo do setor na temporada, de acordo com a corretora. O Ebitda da empresa deve encolher 68%, para R$ 22 milhões, devido a um mix de volumes pior (mais ônibus fretados e menos ônibus intermunicipais pesados) e provisões para demandas trabalhistas com a redução do quadro de funcionários.

A Ágora recomendou a venda da ação da companhia, com preço-alvo de R$ 2,50.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
diana.cheng@moneytimes.com.br
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.