Comprar ou vender?

3 motivos para ficar de fora do IPO da Intelbras

28 jan 2021, 14:52 - atualizado em 28 jan 2021, 14:54
Intelbras
Vigie a ação, mas não compre: fabricante de equipamentos de segurança, Intelbras não impressiona os analistas (Imagem: REUTERS/Thomas Peter)

Faltam quatro dias para o término do período de reservas para os interessados em participar da oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da Intelbras (INTB3). Com a faixa indicativa de R$ 15,25 a R$ 19,25 por papel, a operação pode movimentar R$ 1,24 bilhões.

Mas, se você ainda está em dúvida se vale a pena participar, os analistas têm uma recomendação clara: fique fora. Embora tenha uma trajetória de mais de 40 anos e posição de liderança em vários mercados em que atua, a Intelbras apresenta vulnerabilidades importantes, que podem comprometer sua capacidade de gerar valor aos acionistas.

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A avaliação é de Eric Huang, Tales Granello e Carlos Eduardo Daltozo, da Eleven. Os analistas aconselham os investidores a observarem a evolução da companhia, após o IPO, em busca de sinais que confirmem que ela está utilizando os recursos captados do modo certo. Só então, é que se poderia pensar em adquirir suas ações.

Basicamente, os analistas citam três motivos para que os investidores não embarquem no IPO da Intelbras. Veja quais são.

Mercado fácil de ser invadido

A Eleven chama a atenção para as baixas barreiras de entrada do mercado de eletroeletrônicos. Traduzindo, é muito fácil que empresas estabelecidas no ramo ganhem novos concorrentes.

Para os analistas, a situação é ainda mais preocupante, porque os rivais podem ser estrangeiros. Entre os “riscos relevantes” que rondam a Intelbras, eles citam o rápido avanço tecnológico e os ganhos de escala na produção de bens eletroeletrônicos nos países asiáticos.

O que fazer com o dinheiro?

Outro ponto que preocupa a Eleven é a falta de clareza sobre a destinação de parte dos recursos obtidos com o IPO – mais precisamente, sobre o que a Intelbras fará com 36% da captação.

Os analistas reconhecem o bom histórico de fusões e aquisições da companhia, marcado por compras estratégicas e com sinergias pertinentes com as áreas em que atua. Mas, diante do tom lacônico do prospecto do IPO e do fato de não haver nenhuma negociação em curso, o trio teme que o dinheiro acabe parado no caixa da empresa por mais tempo que o recomendado.

Dólar caro

Assim como outras fabricantes de eletroeletrônicos, a Intelbras é bastante dependente de insumos importados. Assim, é óbvio que qualquer pancada no câmbio pode desequilibrar as contas e pressionar margens, sobretudo em tempos de crise econômica, quando fica mais difícil repassar os preços para o consumidor.

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Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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