Conhecido também como IBOV e índice Bovespa, o Ibovespa – Índice da Bolsa de Valores de São Paulo– é o principal indicador de desempenho das ações negociadas na B3.

Basicamente, ele é uma carteira teórica de ações, que contém os ativos com maior volume de negociação— algo em torno de 80% do valor diário. Ele mede o desempenho desses papéis por meio de um sistema de pontos baseado em reais.

O Ibovespa foi criado em janeiro de 1968, e é um índice de retorno total. Isso significa que, além de considerar as variações nos preços dos ativos que fazem parte de sua carteira teórica, ele reflete o impacto do pagamento de todos os tipos de proventos das empresas emissoras dessas ações.

Como é composta a carteira de ações do Ibovespa?

A carteira que compõe o Ibovespa é reavaliada a cada 4 meses, portanto, sua composição varia ao longo do tempo. Os dois principais critérios para fazer parte da carteira do índice são: boa liquidez e grande volume financeiro negociado na Bolsa.

Ações e units de ações são elegíveis para a carteira caso:

  • Representem 85% em ordem decrescente de Índice de Negociabilidade;
  • Tenham 95% de presença em pregão no último ano;
  • Possuam 0,1% do volume financeiro no mercado a vista (lote-padrão);
  • Não sejam penny stocks (ações que possuem cotações abaixo de R$1) e nem empresas em recuperação judicial.

O peso de cada uma delas é diferente e varia de acordo com o volume de ativos presente na carteira. Ou seja, caso o índice suba, isso não significa necessariamente que todas as empresas selecionadas tiveram alta naquele período, pois alguns ativos têm pesos maiores e tendem a puxar o Ibovespa para cima e para baixo.

Além disso, uma companhia não pode ter uma participação maior do que 20% em ações na composição do índice.

Você pode acessar a composição atual do índice no site da B3.

Como o Ibovespa funciona? O que são pontos do índice?

O Ibovespa opera por meio de pontos. Cada ponto equivale a um real, e representa o preço exato da carteira teórica das ações mais líquidas da B3. Essa é a maneira que a Bolsa encontrou de acompanhar seu desempenho, e os pontos são calculados em tempo real.

É preciso multiplicar o peso da ação pela cotação para encontrar a contribuição daqueles ativos, em pontos, para a formação do índice. Ao realizar essa operação com todas as ações da carteira, você encontra o número de pontos do Ibovespa.

Vale destacar que as cotações das ações são acompanhadas a todo momento e o cálculo é feito automaticamente a partir dos novos valores. Por isso, o Ibovespa oscila o tempo todo durante o funcionamento do mercado.

Quando a pontuação do Ibovespa sobe, isso significa que, na média, as ações que a compõem se valorizaram. Se ela cair, boa parte dos papéis fecharam o dia no vermelho.

História do Ibovespa

Como dito anteriormente, o Ibovespa foi criado em 1968, e começou com 100 pontos-base. Ao longo dos anos, o número de papéis foi aumentando, bem como suas valorizações.

Em 2014, a B3, antes chamada de BM&FBovespa, decidiu retirar as ações que valiam centavos da carteira do índice, e decidiu que a participação máxima seria de 20% por companhia.

Atualmente, o Ibovespa é composto por cerca de 60 empresas, pertencentes aos mais diversos setores. Algumas ações que estão presentes na carteira há anos são a Petrobras (PETR4), Vale, (VALE3), Banco Itaú (ITUB4) e Lojas Americanas (LAME4).

Ele também é um benchmark (referência) muito usado na Renda Variável. Assim como o CDI na Renda Fixa, ele serve para que investidores observem seus investimentos e avaliem como está a performance de suas carteiras.

No geral, se a carteira superou o Ibovespa, isso significa que o resultado foi positivo.

O que faz o Ibovespa subir ou cair?

O desempenho do índice é influenciado diretamente pelo cenário político, econômico, social e cultural do Brasil e de países influentes na economia mundial, como os Estados Unidos e China.

Por exemplo: com a pandemia do Covid-19 em 2020, a economia mundial foi afetada pelas medidas de segurança e quarentena obrigatória instaurada em inúmeros países. Nesse cenário, o Ibovespa chegou a retroceder a 60 mil pontos.

Agora, em meio a um momento de maior vacinação e de retomada econômica, ele já supera os 100 mil pontos novamente.

Em outras palavras, muitos fatores fazem com que o comportamento dos investidores mude e a Bolsa oscile. A desaceleração da exportação para outros países, uma oscilação no preço do dólar, uma aceleração do ciclo das commodities, até uma declaração controversa de um governante podem ser o suficiente para influenciar– e muito–, no Ibovespa.

Por essa razão, caso esteja investindo em ações de Renda Variável, é importante não apenas acompanhar o pregão, mas também portais de notícias como o Money Times, por exemplo. Dessa forma, você tem acesso às informações que poderão afetar o índice de antemão, podendo tomar decisões de compra e venda com mais eficácia e rapidez.

Como operar o Ibovespa?

Não é possível investir diretamente nos pontos do índice Bovespa. Contudo, existem algumas opções de produtos ligados ao IBOV que são altamente negociados. Confira alguns a seguir:

Contratos e Minicontratos de índice

A primeira opção de investimento são os contratos futuros que se baseiam no Índice Ibovespa. Eles são negociados com uma data de vencimento predeterminada, e cada lote é composto por 5 contratos. Sua cotação equivale aos pontos do IBOV em reais, ou seja, R$ 1 real a cada ponto.

Os minicontratos também são negociados no mercado futuro. Eles possuem vencimento bimestral, e sua cotação é medida por pontos, que valem 20% do contrato cheio, ou seja, R$ 0,20 centavos cada.

ETFs

Além desses contratos, existem os fundos de índices, ou ETFs. A ETF do Ibovespa é a BOVA11, pode ser negociada como uma ação e tem como objetivo obter uma rentabilidade próxima a pontuação do IBOV.

Fundos de Ações Ibovespa

Por fim, é possível comprar cotas de um fundo de ações, como o BOVA11, que segue a carteira do Índice Ibovespa. O fundo terá resultados próximos ao índice, e suas cotas serão administradas por um gestor ou uma empresa.