Comprar ou vender?

3R Petroleum (RRRP3): Banco faz corte brusco, e ação vai direto de compra a venda; por que é hora de se desfazer?

27 nov 2023, 14:11 - atualizado em 27 nov 2023, 14:11
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3R Petroleum é destaque de queda do Ibovespa nesta segunda-feira (27) (Imagem: LinkedIn/3R Petroleum)

As ações da 3R Petroleum (RRRP3) foram rebaixadas direto de “compra” para “venda” pelo Goldman Sachs. O banco estrangeiro citou uma série de revisões consistentemente negativas para os resultados da companhia ao longo do ano, refletindo possivelmente entregas mais fracas que o esperado em relação ao relatório de certificação de reservas mais recente.

“Acreditamos que atingir a meta de produção para 2024 posta no relatório de certificação de reservas é desafiador e pode levar a mais revisões baixistas pelo consenso”, avaliam Bruno Amorim, João Frizo e Guilherme Costa Martins, do time de análise do Goldman Sachs, em documento publicado neste último domingo (26).

Embora reconheçam a melhora operacional recente que deve colocar a 3R Petroleum em um patamar mais estável de produção daqui para frente, os analistas apontam desafios significativos para a empresa chegar aos níveis de produção esperados de seus ativos-chave levantados no relatório.

“Para contextualização, notamos que a produção em Papa Terra e Potiguar ficou praticamente estável entre julho e outubro desse ano, enquanto a certificação de reservas sugere um aumento de produção de mais de 40% no cluster Potiguar em 2024 vs. outubro de 2023 e um crescimento entre 6-30% no cluster Papa Terra no mesmo período”, diz o Goldman Sachs.

  • Eletrobras que se cuide: Fusão entre Vibra (VBBR3) e Eneva (ENEV3) pode criar a terceira maior empresa de energia do Brasil, veja como isso impacta os investidores das empresas no Giro do Mercado desta segunda-feira (27), é só clicar aqui:

As ações da 3R Petroleum lideravam as quedas do Ibovespa perto das 14h05, com uma desvalorização de 4,49%.

O menor fluxo de caixa

Outro ponto levantado pelo banco é o foco dos investidores do setor de óleo e gás em nomes com forte geração de caixa, principalmente no curto prazo.

Dentre as petroleiras júniores sob a cobertura do Goldman Sachs, a 3R Petroleum deve entregar o menor fluxo de caixa livre em 2024-25, mesmo sem contar os pagamentos de earn-out remanescentes de aquisições anteriores já concluídas.

Para o Goldman Sachs, a 3R Petroleum deve entregar um yield de fluxo de caixa semelhante aos pares ao fim de 2026. Porém, o banco reforça a perspectiva de que os investidores vão focar mais no curto prazo e avalia que o carrego provavelmente será negativo ao longo dos próximos dois anos.

RRRP3 negociada acima dos pares

A 3R Petroleum também é negociada bem acima dos pares, com a ação a 4,5 vezes/2,8 vezes EV/Ebitda (valor da empresa sobre Ebitda) para 2024-25, respectivamente (68% acima da média dos pares júniores para 2024 e 22% acima para 2025), avaliam os analistas.

Pelos níveis de valuation, o mercado parece já precificar crescimento para a 3R Petroleum no futuro, ao menos parcialmente.

“Apenas ao fim de 2026 a 3R negociaria em níveis semelhantes a outras petroleiras júniores brasileiras”, afirma o Goldman Sachs.

A instituição continua tendo preferência por Prio (PRIO3), considerando um cenário positivo de crescimento de produção (45% em 2024), além de um valuation atrativo. O banco ressalta, no entanto, dividendos mais limitados no curto prazo, dado o foco da empresa em M&A (fusões e aquisições).

O Goldman Sachs tem recomendação de compra para PRIO3, com preço-alvo de R$ 74.

Para PetroReconcavo (RECV3), a recomendação é neutra, com alvo em 12 meses de R$ 26,60.

Analistas também estão neutros com Petrobras (PETR3), cujo alvo é de R$ 46,50.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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