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4 tendências do varejo de moda para os próximos anos (e as ações para ganhar com elas)

08 jul 2021, 12:35 - atualizado em 08 jul 2021, 12:36
Hering-Roupas
Moda mais “lenta”: consumidores estão mais conscientes e passaram a preferir por materiais sustentáveis, com trabalho e manufatura éticos (Imagem: LinkedIn/Cia. Hering)

O mercado de vestuário está em recuperação após um forte impacto causado pela pandemia de Covid-19. Com o avanço da vacinação e o afrouxamento das medidas restritivas em diversas partes do mundo, o setor voltou a aquecer. Mas o cenário não é mais o mesmo.

O BTG Pactual (BPAC11) enxerga quatro principais tendências que já estão acontecendo e devem marcar o mercado de vestuário brasileiros nos próximos anos.

A primeira é a maior consolidação do setor. Com as atividades de M&As (fusões e aquisições) aquecidas e as empresas de menor porte fechando suas lojas na pandemia, a expectativa é de que os principais nomes do segmento cresçam (principalmente em cidades menores) e ganhem escala.

A cadeia de distribuição, por outro lado, deve acompanhar uma fragmentação das operações. Essa é a segunda tendência da qual o mercado de vestuário está começando a ver os primeiros sinais, somada à inflação de curto prazo.

O terceiro ponto de atenção (muito importante, por sinal) é a crescente penetração de modelos online e multicanal. O e-commerce brasileiro ganhou relevância na pandemia, e tudo indica que ele veio para ficar.

Segundo o BTG, as grandes varejistas de moda não reduziram sua base de lojas durante a pandemia no Brasil ao passo que investiram em seus canais digitais. Neste contexto, o banco destacou a importância do social selling (vendas por meio de redes sociais).

“As plataformas de rede social oferecem uma riqueza de dados que podem ajudar marcas de luxo e moda a encontrar novos insights e oportunidades de vendas, também favorecendo a crescente penetração do canal online (os consumidores brasileiros são grandes usuários de plataformas de rede social)”, afirma o time de análise do BTG, em relatório divulgado na segunda-feira.

Segundo o BTG, as redes sociais serão cada vez mais usadas por players do e-commerce, principalmente em categorias de “aspiração” (e isso inclui vestuário).

“As plataformas de social selling, ao distinguir entre formas de compra, transformam um processo utilitário (quase uma mercadoria) em uma experiência mais pessoal”, complementam os analistas.

A quarta e última tendência é a moda mais “lenta”. Consumidores estão mais conscientes e passaram a preferir por materiais sustentáveis, com trabalho e manufatura éticos. Na avaliação do BTG, essa é uma característica que deve pavimentar os movimentos das empresas no cenário pós-pandemia.

“O caminho para a recuperação envolverá cada vez mais esforços coletivos de ESG (Environmental, Social and Corporate Governance, ou Ambiental, Social e Governança Corporativa, traduzido para o português) por parte dos players de vestuário/calçados em todo o mundo (um dos setores de maior impacto ambiental, especialmente com a expansão do modelo fast fashion nas últimas décadas), e as empresas brasileiras não estão imunes”, diz o banco.

Ações para investir

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Track & Field é uma das principais apostas do BTG Pactual no varejo de vestuário (Imagem: Money Times/ Márcio Juliboni)

O BTG selecionou as três melhores ações para aproveitar as novas tendências do mercado. Na avaliação do banco, Arezzo (ARZZ3), Grupo Soma (SOMA3) e Track & Field (TFCO4) combinam forte momentum de curto prazo, exposição à recuperação mais rápida do consumo das famílias de maior renda, uma proposta multicanal e sólidas perspectivas de crescimento de longo prazo.

O BTG reforça a compra das três ações e apresentou novos preços-alvo (R$ 116, R$ 22 e R$ 20 para, respectivamente, Arezzo, Grupo Soma e Track & Field).

Sobre a Arezzo, a instituição destaca as últimas compras da companhia (Reserva, Troc e BAW), que tem mostrado esforços para se tornar cada vez mais uma “casa de marcas”.

O Grupo Soma também está trabalhando ativamente no processo de aquisições de marcas, tendo comprado NV. A companhia está em preparativos para uma combinação de negócios com a Hering (HGTX3).

No caso da Track & Field, o BTG destaca o bom desempenho dos resultados do primeiro trimestre de 2021. Amparada pela retomada do consumo das classes de renda mais alta, a empresa deve seguir avançando.

As ações das demais varejistas, embora não sejam preferência, receberam rating de compra. Centauro (CNTO3), Lojas Renner (LREN3), C&A (CEAB3) e Vulcabras Azaleia (VULC3) ganharam preços-alvo de R$ 46, R$ 56, R$ 18 e R$ 12, respectivamente.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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