Economia

5 motivos para crer que a economia do Brasil pode piorar ainda mais em 2022

22 jan 2022, 17:51 - atualizado em 22 jan 2022, 17:51
Porão Basement
“Corremos o risco de ver a inflação desacelerando menos do que o esperado, de ver a atividade econômica tendo um desempenho ainda mais fraco”, diz a MCM (Imagem: Unsplash/ @theblowup)

“O que está ruim sempre pode piorar”. É com este título que a MCM Consultores lista cinco motivos para acreditar que a economia brasileira pode ter um desempenho inferior ao já pouco esperado pelos economistas.

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O relatório Focus do Banco Central, por exemplo, projeta que o PIB de 2022 cresça apenas 0,29%, enquanto a inflação suba 5,09%.

“Corremos o risco de ver a inflação desacelerando menos do que o esperado, de ver a atividade econômica tendo um desempenho ainda mais fraco que o previsto e de assistir a percepção de risco fiscal aumentar ainda mais. No momento, a sensação é a de que mesmo o que está ruim sempre pode piorar”, explica a consultoria.

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Vamos aos pontos:

1º – “A significativa melhora das contas públicas no ano passado foi gerada, principalmente, pelo impacto positivo da surpreendente alta da inflação sobre a arrecadação de impostos, e é improvável que isto ocorra este ano também. Assim, em “condições normais”, em 2022, o balanço primário voltará a ficar deficitário, o déficit fiscal voltará a crescer e a dívida bruta provavelmente subirá para cerca de 84% do PIB até dezembro”.

Bolsonaro segue em busca de medidas eleitoreiras que agradem a classe média, independentemente do seu impacto fiscal (Imagem: Reuters/Adriano Machado)

2º – “A aprovação da PEC dos precatórios, ocorrida no final do ano passado, causou relevante piora do cenário fiscal. Afinal, além de enfraquecer o teto de gastos e, pela primeira vez, postergar o pagamento de dívidas que deveriam ser liquidadas em 2022, de acordo com decisões judiciais, o governo ampliou permanentemente o teto de gastos em cerca de 0,7% do PIB por ano e gerou um passivo, relativo ao adiamento da liquidação de precatórios, equivalente a 0,4% do PIB”.

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3º –Bolsonaro pode até ter compreendido que não há espaço no orçamento deste ano para aumentar os salários dos funcionários públicos, mas segue em busca de medidas eleitoreiras que agradem a classe média, independentemente do seu impacto fiscal”.

4º – “A necessidade de aval da Casa Civil sobre transferências de dotações orçamentárias e aberturas de crédito suplementar, decretada por Bolsonaro no início do ano, tornará tais decisões eminentemente políticas, piorando ainda mais a qualidade do gasto público federal”.

A defesa de um “Estado Forte” por Lula diminui as esperanças de um controle fiscal mais rígido em 2023, no caso de sua eleição (Imagem: Reuters/Amanda Perobelli)

5º – “As perspectivas para a política fiscal no próximo governo são preocupantes, quer seja pela eventual reeleição de Bolsonaro, que já demonstrou possuir um comprometimento volúvel e oportunista com a sustentabilidade das contas públicas, quer seja pela eventual reeleição de Lula, que historicamente defende a necessidade de um “Estado forte” visando não apenas a necessária redução das desigualdades sociais, mas também a já provada ineficaz e custosa atuação direta na alocação de recursos para a geração de riqueza econômica no país”.

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Fundador do Money Times | Editor
Fundador do Money Times. Antes, foi repórter de O Financista, Editor e colunista de Exame.com, repórter do Brasil Econômico, Invest News e InfoMoney.
gustavo.kahil@moneytimes.com.br
Fundador do Money Times. Antes, foi repórter de O Financista, Editor e colunista de Exame.com, repórter do Brasil Econômico, Invest News e InfoMoney.