5 principais eventos desta semana: Fed, BoE e Relatório de Emprego
Esta semana, mercados financeiros do mundo todo se concentrarão na reunião de política monetária do Federal Reserve na busca de maiores sinais sobre a possível trajetória dos juros do banco central norte-americano no ano que vem.
Investidores também estarão atentos a alguns relatórios econômicos dos EUA, com destaque para os dados mensais de empregos na sexta-feira, para avaliarem como isso tudo impactaria a perspectiva do Fed sobre política monetária nos próximos meses.
Enquanto isso, agentes de mercado estarão atentos à decisão de política monetária do Banco da Inglaterra em meio a expectativas do primeiro aumento de juros em mais de 10 anos.
Na Europa, investidores aguardarão dados mensais de inflação para avaliar a velocidade na qual o Banco Central Europeu começará a reduzir seu programa massivo de compra de ativos
Investidores também estarão muito atentos à decisão de política monetária prevista no Japão em meio a especulações de que o Banco do Japão ficaria bem atrás de grandes bancos centrais de todo o mundo em termos de redução de seu programa de estímulo.
Antes da semana que está por vir, a Investing.com compilou uma lista com os cinco maiores eventos do calendário econômico com grandes chances de afetar os mercados.
1. Decisão do Federal Reserve sobre a taxa de juros
O Federal Reserve não deve realizar qualquer ação sobre as taxas de juros na conclusão de sua reunião de política monetária de dois dias às 16h00 de quarta-feira, mantendo a faixa de 1,0% a 1,25%.
O banco central divulgará sua declaração após a reunião e os investidores buscarão qualquer mudança na linguagem que possa apontar mais claramente para um aumento da taxa de juros em junho.
Espera-se amplamente que o banco central norte-americano eleve as taxas de juros novamente em dezembro e duas vezes no ano que vem, de acordo com analistas de mercado que estavam mais inclinados a um ritmo mais lento de aumentos por conta das expectativas de que a inflação permanecerá baixa.
Uma mudança no regime do Fed também poderia afetar a política monetária nos próximos meses. Donald Trump, presidente norte-americano, deverá decidir nesta semana quem irá substituir Janet Yellen como presidente do Fed quando seu mandato terminar em fevereiro.
Na noite de sexta-feira, o mercado de apostas on-line PredicIt aponta Jerome Powell, diretor do Fed, como grande favorito, com 78% de chances de ser nomeado ao cargo. John Taylor, economista da Universidade de Stanford amplamente visto como o mais conservador dos principais candidatos de Trump, estava bem atrás no segundo lugar, com 13%.
2. Relatório de Emprego dos Estados Unidos
O Departamento de Trabalho dos EUA divulgará seu relatório de outubro sobre folhas de pagamento não agrícolas nesta sexta-feira às 10h30.
O consenso das projeções aponta que os dados mostrarão crescimento de 315,000 empregos, recuperando-se de uma redução relacionada aos furacões de 33.000 em setembro. A taxa de desemprego tem projeções de se manter estável em 4,2%. A maior parte das atenções provavelmente se voltará aos números relativos à média de ganhos semanais por hora, que devem subir 0,8% após terem aumentado 0,5% no mês anterior.
O calendário desta semana também traz relatórios sobre crescimento dos setores da indústria e de serviços realizados pelo ISM, confiança do consumidor, {{ecl-85||vendas de automóveis}, folhas de pagamento do setor privado da ADP, pedidos semanais de seguro-desemprego, gastos com construção, balança comercial do mês e também encomendas à indústria.
Relatórios sobre renda pessoal e gastos pessoais, que incluem os dados da inflação das despesas de consumo pessoal, a métrica preferida do Fed para a inflação, também estarão na agenda.
Enquanto isso, no mercado de ações, investidores terão pela frente outra semana cheia de resultados, com empresas queridinhas do mercado como Apple (NASDAQ:AAPL), Facebook (NASDAQ:FB) e Tesla (NASDAQ:TSLA obtendo a maior parte das atenções.
Com relação à política, a reforma tributária provavelmente estará nas mentes dos investidores, já que o mercado busca quaisquer novos desdobramentos relativos ao projeto de lei da administração Trump neste sentido.
3. Anúncio de política monetária do Banco da Inglaterra
O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) anunciará sua decisão sobre a taxa de juros às 09h00 da próxima quinta-feira. Mark Carney, presidente do BoE, participará de uma entrevista coletiva pouco depois do anúncio.
Se tudo correr conforme esperando, o banco central britânico elevará os custos de crédito pela primeira vez em mais de dez anos devido ao recente aumento na inflação. O consenso aponta aumento de 0,25% para 0,5%.
Entretanto, muitos economistas alertaram que o momento não seria correto para um aumento uma vez que dados recentes traçaram um cenário moderado da economia enquanto as persistem as incertezas sobre como a saída do Reino Unido da União Europeia ocorrerá.
Além do BoE, investidores também estarão atentos relatórios sobre a atividade nos setores da indústria, da construção civil e de serviços, à procura de mais indicações sobre o efeito contínuo que a decisão do Brexit está tendo sobre a economia.
A política provavelmente permanecerá na mente dos investidores, já que eles estarão atentos a quaisquer notícias sobre as negociações do Brexit.
4. Números da inflação da zona do euro
A zona do euro publicará seus números da inflação em outubro às 08h00 da próxima quinta-feira.
O consenso das projeções aponta que o relatório mostrará que os preços ao consumidor subiram 1,4%, desacelerando um pouco a partir de 1,5% em setembro, permanecendo aquém da meta do Banco Central Europeu de pouco abaixo de 2%. Talvez de forma mais significativa, os números do núcleo da inflação sem os preços voláteis de energia e alimentos têm projeções de permanecer em 1,1% a partir do mês anterior.
Alemanha, França, Itália e Espanha divulgarão seus relatórios próprios de IPC durante a semana.
Além dos dados da inflação, a zona do euro publicará um relatório preliminar sobre crescimento econômico do terceiro trimestre. Espera-se que a economia da região tenha crescido 0,6% no período entre junho e setembro, o que equivale a uma taxa anualizada de 2,1%.
O BCE afirmou na semana passada que reduziria pela metade suas compras de títulos, que passam a ser de 30 bilhões de euros por mês a partir de janeiro. No entanto, cobriu suas apostas ao estender as compras de ativos por nove meses dada a inflação continuamente baixa.
Notícias sobre a efervescente crise constitucional na Espanha entre Madri e a Catalunha permanecerão em foco.
5. Decisão de política monetária do Banco do Japão
O Banco do Japão não deve fazer quaisquer alterações em sua política monetária na conclusão de sua revisão da taxa de juros na próxima terça-feira, já que as exportações robustas e os fortes dados sobre o consumo doméstico elevam as perspectivas de uma expansão econômica moderada.
Ainda assim, o Banco do Japão está preparado para manter suas projeções atuais de inflação, culpando a estagnação dos preços ao consumidor devido a fatores como esforços corporativos para aumentar a produtividade.
Haruhiko Kuroda, dirigente do Banco do Japão, realizará uma entrevista coletiva na sequência para discutir a decisão. Provavelmente, ele lembrará aos mercados a posição do Banco do Japão de manter sua política ultrafrouxa até que a inflação acima de 2% seja sustentável.
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