Política

5 riscos políticos que ameaçam bastante a economia em 2020

13 dez 2019, 20:35 - atualizado em 13 dez 2019, 20:35
Jair Bolsonaro Aliança Pelo Brasil
Franco-atirador: para a MCM, Bolsonaro pode tumultuar tudo (Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)

A volta do crescimento econômico, em 2020, não é um fato consumado, apesar do otimismo do mercado e de sinais positivos na indústria e comércio. Além de todos os imprevistos e contratempos que podem retardar a retomada, há, pelo menos, cinco pontos em que a política ameaça – e muito – a recuperação do país.

Os riscos foram mapeados pela MCM Consultores e divulgados nesta sexta-feira (13). E, acredite, as grandes ameaças passam longe do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para a consultoria, quem mais pode atrapalhar o país é o próprio presidente Jair Bolsonaro, com sua vocação para o conflito e sua falta de habilidade política.

Veja, a seguir, os riscos políticos que podem atazanar a economia em 2020, segundo a MCM.

1. Acúmulo de pautas para votar

O problema mais básico é que sobrou muita coisa para ser votada em 2020. Após a aprovação da reforma da Previdência, o governo vive uma espécie de paralisia no Congresso. A MCM observa que nem as tarefas mais simples foram cumpridas.

“Nem mesmo os projetos mais simples do novo marco regulatório do saneamento e da independência do Banco Central que tramitavam há mais tempo e sobre os quais havia generalizadas expectativas otimistas foram aprovados”, afirma o relatório.

Entre os projetos na fila de espera, estão alguns fundamentais para consolidar a retomada da economia, como as reformas tributária e administrativa. Há, ainda a PEC Emergencial e a PEC dos Fundos.

2. Base aliada em pé de guerra

O acúmulo de serviço agrava outro problema amplamente conhecido – a frágil e conflituosa base do governo no Congresso.

Se tudo se restringisse apenas a trocas de ofensas e memes engraçadinhos por redes sociais, seria apenas pitoresco, mas o problema é que os líderes dos partidos aliados precisam se entender sobre o básico: as prioridades de votação, o encaminhamento das pautas etc.

3. Eleições municipais

Para jogar ainda mais lenha nessa fogueira, mesmo os parlamentares aliados a Bolsonaro evitarão se envolver em projetos polêmicos num ano de eleições municipais. Neste ponto, a MCM ressalta que a Câmara dos Deputados será mais sujeita às pressões eleitorais que o Senado.

“Temas politicamente custosos, como os que afetam servidores públicos, provavelmente terão mais dificuldades de avançar na Câmara do que no Senado”, observa o relatório. Além disso, os deputados costumam ser mais indóceis, recusando-se a meramente chancelar o que venha do Executivo ou do Senado.

4. Rodrigo Maia na geladeira

Esses riscos seriam menores, se Bolsonaro conseguisse se entender com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Nunca é demais lembrar que Maia dividiu com o ministro da Economia, Paulo Guedes, a articulação da reforma da Previdência, enquanto o presidente mal tocava no assunto.

“Como se sabe, o principal projeto político do presidente da Câmara depois da reforma da Previdência era aprovar a reforma tributária, assunto que está ficando na rabeira do novo ciclo reformista”, destaca o relatório.

5. Bolsonaro, o encrenqueiro

Por fim, o último risco vem de quem mais deveria se preocupar com o sucesso da economia: o próprio presidente da República. A MCM enfatiza a capacidade de Bolsonaro e seu núcleo próximo de arrumarem a briga errada na hora errada.

“Perpassando esses problemas há ainda a capacidade do presidente Bolsonaro e de seu entorno próximo de provocarem turbulências. É um governo vocacionado ao conflito. Deve ser assim até o final. Portanto, há sempre o risco de o ambiente político se tumultuar”, afirma o relatório.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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