Internacional

O caótico primeiro mês de Musk como chefe do Twitter

26 nov 2022, 15:00 - atualizado em 25 nov 2022, 19:52
Elon Musk
Elon Musk completa um mês de Twitter recheado de polêmicas (Imagem: REUTERS/Adrees Latif)

Neste domingo, um mês terá passado desde que Elon Musk chegou a sede do Twitter agarrado a uma pia de banheiro. Junto com o registro da sua entrada, o bilionário havia tweetado a frase “Let That Sink In”, que pode ser traduzida tanto como “Deixe essa pia entrar” quanto “Pense a respeito”.

Mas pouco tempo sobrou para se especular sobre o que seria esse novo Twitter sob a gestão Musk. Logo o barulho do seu polêmico choque de gestão se fez ouvir por todos os lados.

Em um mês, Musk pôs em práticas diversas mudanças radicais na política de perfis verificados e no entendimento sobre o papel do Twitter na moderação de conteúdo, além de ter conduzido uma política no mínimo controversa de demissões.

E se você ficou perdido no meio de tantas polêmicas, não se preocupe: confira a retrospectiva dos três principais pontos da gestão de Musk em seu primeiro mês como chefe do Twitter.

Demissões em massa e condições dura de trabalho

Buscando o corte de gastos em meio à sangria tech que assola os principais nomes do Vale do Silício, Musk pôs em prática um programa draconiano de demissões.

Mas logo que anunciou que eliminaria cerca de 3.700 empregos da plataforma de mídia social, o Twitter foi alvo de uma ação coletiva que foi protocolada no tribunal de San Francisco. Os trabalhadores alegam que a empresa não cumpriu os requisitos de aviso prévio, violando leis federais e da Califórnia.

A ação de Musk atingiu diversos escritórios pelo mundo, cortando, em alguns deles, cerca de 90% da força de trabalho. O Twitter contava com uma força total de 7 000 funcionários.

O processo foi tão acelerado que, em diversos casos, o novo comando do Twitter chegou a demitir pessoas por engano, antes mesmo que se percebesse que suas experiências eram necessárias para desenvolver as novas atribuições que Musk deseja na plataforma.

Os empregados que conseguiram salvar os seus empregos da onda de cortes também não pouparam o bilionário de críticas. Como noticiado pela imprensa nos últimos dias, Musk teria enviado um e-mail aos funcionários do Twitter dizendo que todos deverão aceitar uma cultura “extremamente dura”, no que se refere ao trabalho nos próximos tempos na plataforma.

Início caótico de política de verificados

O plano de assinatura de 8 dólares ao mês para os verificados foi um dos primeiros planos divulgados por Musk. A nova característica da rede social era tão prioritária para o bilionário que o desrespeito do prazo estipulado por Musk para a entrega do projeto virou motivo de demissão de diversos funcionários.

Versões da nova política começaram a ser implantados logo na primeira semana de novembro. Não demorou muito para que diversos usuários da plataforma começassem a constatar falhas no reconhecimento de quem podia ou não ter o selo azul.

Jocosamente, celebridades mudaram seus nomes e imagens para ‘fakes’ de Elon Musk, sem que perdessem o selo azul; nas últimas semanas, Twitter registrou um aumento expressivo de ‘fakes’ que passam por celebridades e marcas na plataforma.

Em meio aos comentários negativos, o Twitter anunciou que a taxa obrigatória de US$8 por mês está suspensa, ao menos até depois das eleições de meio-termo que ocorrem nesta terça-feira.

Depois do mal começo e da suspensão da nova política de verificados, o Twitter planeja dar início a seu serviço de verificação na próxima sexta-feira (2) com selos de cores diferentes para indivíduos, empresas e governos.

A moderação no Twitter e a volta de perfis banidos

A política brasileira chegou no radar de Elon Musk, que tem também chamado para si o papel de rever a política de moderação de conteúdo para o Twitter. Musk é um crítico contumaz da moderação das plataformas no fluxo de opiniões e informações no ambiente digital.

O bilionário se comprometeu a investigar supostos casos de censura, perpetrados pelo Twitter, em contas de apoiadores de Jair Bolsonaro (PL).

É o caso dos deputados eleitos Carla Zambelli (PL-SP) e Nikolas Ferreira (PL-MG) e, mais recentemente, de Marcos Cintra, ex-secretário da Receita Federal e vice-presidente na chapa de Soraya Thronicke (União Brasil).

Os bolsonaristas tiveram seus perfis suspensos pela rede por determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), após divulgarem informações falsas sobre as eleições no penúltimo domingo, como àquela que questionava o fato de Bolsonaro não ter sido vencedor de 100% dos votos em nenhuma zona eleitoral.

Agora, Musk anunciou uma espécie de anistia de contas que haviam sido banidas da plataforma por divulgação de informações falsas.  Um dos perfis que anunciam o seu retorno é de ninguém menos do que Donald Trump, o ex-presidente republicano que concorrerá novamente 2024 ao cargo de chefe do Executivo.

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Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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