Comprar ou vender?

A ação que pode ver o pagamento de JCPs tombar 50% (e ter problemas com a Argentina de Milei); entenda

15 abr 2024, 16:24 - atualizado em 15 abr 2024, 20:18
ambev
Água no chope: Safra vê Ambev com uma série de riscos pelo caminho (Imagem: Kaype Abreu/Money Times)

A Ambev (ABEV3) poderá enfrentar uma série de notícias negativas nos próximos meses, afirma o Safra em relatório pulicado em 12 de abril. O banco manteve a recomendação em venda, com preço-alvo de R$ 13.

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O relatório, assinado por Ricardo Boiati e Rafael Une, lembra que desde o rebaixamento para venda em 19 de dezembro, as ações caíram 13%, “já que uma parte significativa das questões que embasaram nossa recomendação se materializou, pelo menos parcialmente”.

Porém, os analistas dizem que a mudança na legislação sobre juros sobre o capital próprio (JCP) deve levar a uma redução significativa (estimado em 50%) nos pagamentos de JCP e, consequentemente, na proteção fiscal que ele proporciona.

Por outro lado, a dupla recorda que o impacto potencial das mudanças nos subsídios fiscais estaduais é mais incerto, pois as empresas estão optando por recorrer aos tribunais.

Outro problema que a empresa deverá enfretar é na Argentina do presidente Javier Milei. Para os analistas, o país deve sofrer com severos ventos contrários macroeconômicos, enquanto o setor de cerveja no Canadá continua a encolher.

“A LAS enfrentará um ambiente bastante desafiador este ano devido às pressões macroeconômicas sobre o consumidor argentino, que esperamos que pesem sobre os volumes e os preços e, consequentemente, arrisquem uma pressão substancial na margem”, completam.

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A Ambev possui cerca de 8% a 9% das suas receitas atreladas ao país vizinho. No quarto trimestre, a empresa já sentiu os impactos tanto na Argentina quanto no Canadá.

Ambev: Mais riscos pelo caminho

Os analistas elencam mais um risco para a fabricante: o cenário desafiador para a venda de cervejas. Boiati e Une reduziram as estimativas de LPA (lucro por ação) para 2024 e 2025 em 8% e 5% desde dezembro de 2023, respectivamente, “embora permaneça acima dos nossos números para 2025 e anos seguintes”.

“Esforços potenciais, como a monetização de outros créditos fiscais, a alteração da estrutura de capital etc., podem ajudar a mitigar esses ventos contrários relevantes, mas não os compensam totalmente. No futuro, esperamos que a pressão sobre os lucros pese sobre as ações, o que sustenta nossa recomendação de venda”, argumentam.

Como deve ser a cerveja aqui no Brasil?

Segundo os analistas, a cerveja aqui no Brasil deve ter um desempenho razoavelmente bom, com um melhor equilíbrio entre volume (2% CAGR de 3 anos) e preço (4% CAGR de 3 anos) nos próximos anos.

“Continuamos a ver um ambiente competitivo desafiador na região, que não parece estar se tornando mais suave após a expansão da capacidade da Heineken no final de 2023. O negócio no Brasil se beneficia de uma execução sólida em inovação, que deve continuar a impulsionar os volumes e os preços, embora provavelmente em uma magnitude menor do que em 2023″, argumentam.

Para o primeiro trimestre, o Safra vê resultados consolidados fracos, uma vez que o lucro deve ser pressionado por volumes baixos e um efeito de mix negativo sobre o preço. Por outro lado, o produto vendido por hectolitro (CPV/hl) mais baixo, especialmente na Cerveja Brasil, deve impulsionar uma sólida melhora de margem.

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“Acreditemos que isso já seja amplamente esperado, levando a um leve crescimento (3%) do Ebitda (resultado operacional) consolidado. No entanto, a redução dos benefícios fiscais do JCP deve levar o LPA a cair 2% em relação ao ano anterior)”, completa.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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