Argentina

A Argentina de Milei: Cesta básica deve subir quase 100% com medidas anunciadas ontem (12)

13 dez 2023, 12:13 - atualizado em 13 dez 2023, 12:15
Javier Milei anúncio primeiras medidas pacote econômico economia argentina luis caputo análise efeitos impactos aumento inflação cesta básica entenda dezembro 2023
Nova direção: Medidas anunciadas pelo governo de Javier Milei farão inflação argentina subir no curto prazo (Imagem: REUTERS/ Agustin Marcarian)

As 9 medidas anunciadas pelo ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, ontem (12), devem elevar o preço da cesta básica do país em cerca de 100%, segundo cálculos de empresários e varejistas ouvidos pela imprensa local. As medidas são as primeiras divulgadas pelo governo de Javier Milei, empossado no domingo (10).

Segundo o site Infobae, a cesta básica argentina é composta por 30 itens, entre alimentos, produtos de higiene e limpeza e outros gêneros de primeira necessidade. A campeã de reajuste deve ser a banana, cujo preço deve disparar 209%, de acordo com os empresários ouvidos pelo site.

  • Por que é hora de vender Santander (SANB11)? Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research, recomenda outro bancão preferido para investir agora no Giro do Mercado desta quarta-feira (13), saiba mais clicando aqui:

O atum em conserva ou natural virá em seguida, com aumento estimado de 178%, à frente do café moído, com reajuste de 165%; e do pão francês, com 144%. A alface crespa deve ser o item menos impactado, com alta esperada de 36%, acompanhada pelos biscoitos de água e sal, com reajuste estimado em 47%.

Segundo a imprensa argentina, a disparada de preços da cesta básica será causada por diversas medidas anunciadas ontem por Caputo. A primeira é a elevação do câmbio oficial para 800 pesos por dólar, equivalente a uma alta de mais de 100% sobre os patamares atuais.

Outro impacto virá do aumento do imposto sobre produtos importados. Além disso, o governo Milei cortará os subsídios aos preços de energia e transportes a partir de 1º de janeiro.

Por um lado, essas medidas vão onerar as importações de um país com uma indústria pequena e pouco diversificada e, portanto, muito dependente de produtos comprados no exterior. De outro, o fim dos subsídios aos preços da energia terá um efeito multiplicador na economia, já que se trata de um insumo importante para todo o mercado – dos produtores aos varejistas.

Caputo sobre as primeiras medidas: Governo Milei traz “verdades incômodas” para Argentina

Ao anunciar as medidas, ontem à noite, Caputo reconheceu que a Argentina “vai piorar” nos próximos meses, antes que a economia reaja. Para o ministro de Milei, é preciso enfrentar a inflação reprimida por anos de intervenções governamentais, que envolveram acordos com setores produtivos, tabelamentos e congelamentos de preços, concessões de subsídios e manutenção de uma taxa de câmbio artificialmente baixa.

Assista ao anúncio das primeiras medidas do governo Milei, feito por Luis Caputo, para tirar a Argentina da crise:

Segundo o ministro, essa situação colocou a Argentina na rota de uma inflação que já aponta para os 300% ao ano, e que “castiga os argentinos todos os dias”. Lembrou, também, que os preços estão reprimidos em setores como a energia e o câmbio, levando-os a ser metade ou até um quinto do que deveriam.

Ainda ontem, Caputo afirmou, ao comunicar com clareza a situação econômica e propor medidas que, num primeiro momento, pesarão no bolso dos argentinos, o presidente Milei mostra que prefere trazer “verdades incômodas”, do que “mentiras confortáveis”, mas que, no fundo, só agravam a pobreza no país.

 

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
Linkedin
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
Linkedin