A bordo da noite: como é a viagem no trem noturno da Vale?
Já imaginou viajar à noite em um trem originalmente destinado a carregar minério de ferro?
Saindo do interior mineiro, passando por importantes cidades mineradoras, por pequenas vilas, por estações antigas que parecem cenários de filmes em preto e branco e pela mata mineira, até chegar às praias capixabas com a chance de ver o nascer do sol…

Fonte: Divulgação Vale
Há mais de 120 anos, a Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) — cuja malha é concessionada à Vale — interliga os dois estados com um Trem de Passageiros que realiza viagens diariamente.
Agora, essa mesma malha ferroviária contará com um Trem de Férias, que percorrerá o mesmo trajeto em um horário extra, durante o período noturno.

Fonte: Divulgação Vale
O nome faz jus ao período mais aguardado não só pelos estudantes, isso porque as viagens noturnas, em um primeiro momento, estarão disponíveis nos meses de janeiro, julho e dezembro — os tradicionais meses de férias escolares.
E, a partir de 1º de janeiro de 2026, acontecerá a primeira operação noturna do Trem de Férias da Vale.
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A experiência de atravessar dois estados em um trem que transporta minério de ferro
Logo após sua criação, em 1942, a Vale assumiu a Estrada de Ferro Vitória a Minas. A ferrovia é a única do país com Trem de Passageiros diário e de longa distância.
A chegada da EFVM às mãos da Vale marcou um avanço estratégico para o Brasil: garantiu acesso a uma via férrea essencial, a instalações portuárias decisivas e a uma parcela significativa de sua riqueza mineral.
O trajeto possui 664 km. Na operação atual, são 30 pontos de embarque e desembarque. Porém, para o Trem de Férias, as paradas de janeiro foram selecionadas conforme a demanda de passageiros — um ajuste pensado para tornar o percurso noturno mais eficiente.
A viagem entre Cariacica, no Espírito Santo, e Belo Horizonte, em Minas Gerais, leva pouco mais de 13 horas.
Ao longo desse tempo, o trem atravessa 42 municípios, revelando paisagens naturais, memórias ferroviárias e marcas da mineração brasileira que surgem pela janela como capítulos de um mesmo livro.

Fonte: Divulgação Vale
Durante o percurso, o passageiro não apenas observa essa história: ele a escuta. Breves narrativas sobre símbolos que marcaram a mineração nacional são reproduzidas dentro do trem, criando uma experiência única durante o caminho.
Segundo a Vale, mesmo com o horário extra, todos os recursos de conforto e segurança serão mantidos para passageiros e tripulação — uma garantia importante para uma viagem tão longa.
Além disso, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) classifica a EFVM como uma das ferrovias mais seguras do Brasil. Hoje, a malha é responsável por cerca de 30% do transporte ferroviário de produtos no país, reforçando sua relevância histórica e atual.
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As comodidades do trem
Antes mesmo de o trem começar a se mover, o passageiro já tem a sensação de que a experiência será diferente.
Ao comprar a passagem, três opções de classe aparecem no bilhete: executiva, econômica e cadeirante — cada uma pensada para atender perfis distintos de viajantes.
Os vagões são totalmente climatizados e divididos conforme as categorias.
Na classe executiva, são 3 assentos por fileira, todos mais largos, com reclinação, descanso para os pés, luz de leitura, áudio individual e tomadas elétricas individuais. Ao todo, 57 passageiros podem se acomodar ali — um ambiente ideal para quem busca tranquilidade durante o percurso.
Já na classe econômica, são 4 assentos por fileira, igualmente climatizados, com uma tomada a cada dois assentos e áudio ambiente. Com 75 lugares, é a escolha perfeita para quem quer praticidade sem abrir mão da experiência.

Fonte: Divulgação Vale
A terceira opção é o carro cadeirante, exclusivo para passageiros que utilizam cadeira de rodas. O embarque é facilitado com elevador e área dedicada a pessoas com mobilidade reduzida, garantindo autonomia e segurança ao longo da viagem.
Independentemente da classe, uma coisa é certa: há tomadas disponíveis para manter celulares e notebooks carregados — essenciais tanto para registrar as paisagens quanto para assistir a um filme ou série com tranquilidade.
Alimentação a bordo
Em algum momento da viagem, com certeza vai bater aquela fome. Mas não é preciso se preocupar…
O trem conta com vagões-restaurante e lanchonete, espaços onde o passageiro pode fazer uma pausa e aproveitar a viagem com mais calma.
O cardápio abraça desde os clássicos que todo brasileiro reconhece de longe — pão de queijo quentinho, salgados e sanduíches rápidos — até pratos servidos para quem prefere uma refeição mais completa.
Quanto custa e como comprar a passagem?
Para quem quer fazer o trajeto completo entre Belo Horizonte e Cariacica (ou o inverso), os valores são:
- R$ 116,00 na classe executiva; e
- R$ 81,00 na classe econômica.
Atenção: as passagens compradas a partir de 10 de dezembro estarão sujeitas ao reajuste anual.
Além disso, a venda teve início em 20 de novembro, e os bilhetes para janeiro poderão ser adquiridos pelo site vale.com/tremdepassageiros ou diretamente nas bilheterias.
O que mais você precisa saber antes de viajar no Trem Noturno?
- Documentação para embarque: para viajar, é essencial apresentar um documento oficial com foto — válido para adolescentes e adultos. No caso de crianças e menores de 16 anos, as regras mudam conforme estejam acompanhados ou não dos responsáveis. A falta de documentação adequada pode impedir o embarque.
- Viagem de menores de 16 anos: menores acompanhados dos pais ou responsáveis devem apresentar identidade e documento que comprove o parentesco. Já os desacompanhados só podem viajar com autorização registrada em cartório ou expedida pelo Juizado da Infância e Juventude. Para maiores de 12 anos, apenas documentos com foto são aceitos; para menores, a certidão de nascimento ainda é válida.
- Bilhete de passagem: a passagem é nominal e deve conter corretamente os dados do passageiro — inconsistências podem impedir o embarque. Desde 2015, crianças de até 5 anos no colo também precisam de cupom de embarque, ainda que gratuito.
- Bagagens: cada passageiro pode despachar até dois volumes de até 35 quilos cada. Itens proibidos incluem produtos químicos, explosivos e animais de médio ou grande porte — sendo permitidos apenas cães e gatos de pequeno porte, devidamente acondicionados.
- Passagem Jovem Baixa Renda: jovens de 15 a 29 anos inscritos no CadÚnico e portadores da Identidade Jovem podem viajar gratuitamente ou com 50% de desconto na classe econômica. São ofertadas duas vagas gratuitas e duas vagas com meia tarifa por composição.
- Remarcação: a troca de data pode ser feita em até um ano após a compra, desde que solicitada até um dia antes da nova viagem. A taxa de remarcação é de 20%. O valor começa a ser cobrado a partir de três horas antes da partida.
- Cancelamento: feito com até seis horas de antecedência têm multa de 5%. Após esse prazo, não é mais possível cancelar — apenas remarcar, com multa de 20%. As regras seguem a norma ANTT nº 5.974/2022.
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Confira os locais e horários de embarque:
Sentido ES – MG
- Estação Pedro Nolasco (Cariacica) – 18h
- Fundão – 19h
- Colatina – 20h26
- Baixo Guandu – 21h12
- Aimorés – 21h22
- Resplendor – 22h03
- Conselheiro Pena – 22h40
- Governador Valadares – 23h57
- Ipatinga – 1h55
- Estação Desembargador Drumont (Nova Era) – 3h15
- Conexão Nova Era a Itabira – 3h35
- Rio Piracicaba – 4h01
- Estação Dois Irmãos (Barão de Cocais) – 5h07
- Belo Horizonte – 7h50
Sentido MG – ES
- Belo Horizonte – 19h
- Estação Dois Irmãos (Barão de Cocais) – 20h45
- Rio Piracicaba – 21h51
- Estação Desembargador Drumont (Nova Era ) – 22h34
- Conexão Itabira – Nova Era – 21h
- Ipatinga – 23h54
- Governador Valadares – 1h49
- Conselheiro Pena – 3h11
- Resplendor – 3h49
- Aimorés – 4h32
- Baixo Guandu – 4h42
- Colatina – 5h30
- Fundão – 6h56
- Pedro Nolasco – 8h15