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A conta para JBS (JBSS3) reduzir gap com pares dos EUA após dupla listagem, segundo o BTG Pactual

26 maio 2025, 11:11 - atualizado em 26 maio 2025, 11:11
jbs jbss3
Do prisma operacional, o BTG não está confiante de que o ciclo de superação de expectativas para JBS se mantenha em 2025. (Foto: Divulgação JBS)

JBS (JBSS3) teve seu processo de dupla listagem aprovado na última sexta-feira (23) após assembleia com acionistas.

Após os processos burocráticos, a expectativa é de que as ações deixem ser negociadas na B3 em 6 de junho e comecem a ser negociadas na NYSE no dia 12 de junho. O BDR deve começa a ser negociado em 9 de junho.

A empresa vê a dupla listagem como uma forma de alcançar uma base mais ampla de investidores e como um passo necessário para fechar a lacuna de valuation em relação aos seus pares norte-americanos, como a Tyson Foods e sua subsidiária Pilgrim’s Pride Corporation (PPC).

Para o BTG Pactual, a questão fica por conta do que vem pela frente. “Para uma JBS listada nos EUA, acreditamos que a narrativa de investimento em ações mudará o foco do atual momento de lucros e passará, talvez pela primeira vez desde o IPO, a se concentrar mais no potencial de reprecificação dos seus múltiplos. Atualmente, vemos a JBS sendo negociada a 5,5x EV/Ebitda projetado para 2025”, apontam Thiago Duarte, Guilherme Guttilla e Gustavo Fabris.

Para os analistas, embora fechar a lacuna com a Tyson exija mais do que apenas uma mudança de endereço, no curto prazo parece razoável esperar que a JBS negocie ao menos em linha com sua subsidiária PPC.

“Se a JBS fosse reduzir o gap para os múltiplos da PPC e da Tyson, estimamos que isso implicaria em uma valorização de 33% e 84% nas ações, respectivamente. Cada aumento de 1x no múltiplo EV/Ebitda da empresa representa um potencial de valorização de 40%. No médio e longo prazo, será preciso considerar outros elementos antes de projetar um processo completo de reprecificação da empresa”.

A JBS após dupla listagem

O banco comenta que a expectativa é de que a JBS busque inclusão em índices de referência como o Russell 1000 e o S&P 500, o que aumentaria ainda mais a visibilidade das ações, especialmente entre fundos passivos, embora isso não aconteça de forma imediata.

Outro fator importante é a atuação da empresa no segmento de alimentos preparados. “A própria Tyson era negociada com múltiplos semelhantes aos da JBS até 2014, quando adquiriu a Hillshire Brands, aumentando significativamente sua exposição a alimentos preparados de maior margem e impulsionando a valorização de seus múltiplos”.

Os analistas acreditam que a JBS deve seguir um caminho semelhante, tanto de forma orgânica quanto por meio de aquisições — especialmente agora que a possibilidade de emitir ações com supervoto permite à J&F levantar capital para crescimento sem diluir o controle (a J&F deterá cerca de 88% do poder de voto na JBS N.V.).

O que esperar nos próximos anos?

Do prisma operacional, o BTG não está confiante de que o ciclo de superação de expectativas e revisões positivas dos lucros de 2024 se repita em 2025. Olhando para 2026, eles acreditam que a JBS entrará em um ciclo de pressões simultâneas em algumas divisões”

“Se a história se repetir, as margens do segmento de aves eventualmente começarão a ceder e, embora uma recuperação no setor de carne bovina nos EUA ainda pareça distante, a JBS Brasil também deve começar a sentir os primeiros sinais de um ciclo de baixa na pecuária no país”.



Apesar disso, o banco ainda elogia a tese de investimento na companhia para os próximos meses, porque a empresa continua demonstrando um bom momento em termos de lucros.

“Também consideramos o fato de que acreditamos haver espaço para uma reprecificação adicional após a conclusão da listagem nos EUA, o que pode fechar a lacuna de valuation em relação à PPC. Mantemos nossa recomendação de compra (preço-alvo de R$ 48 e potencial de alta de 20,48%)”.

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Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024 e 2025, ficou entre os 100 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
pasquale.salvo@moneytimes.com.br
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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024 e 2025, ficou entre os 100 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
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