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A ‘dobradinha’ que é vocação do Brasil e anima COO da 3tentos (TTEN3); ‘Não sofremos com juros altos’

15 abr 2025, 15:34 - atualizado em 17 abr 2025, 10:19
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O diretor de operações da 3tentos fala sobre o freio no aumento da mistura do biodiesel, lei da Combustível do futuro e perspectivas. (Foto: Divulgação)

O COO (Diretor de Operações) da 3tentos (TTEN3), João Marcelo Dumoncel, se mostra animado e confiante com o papel estratégico do Brasil no cenário mundial de biocombustíveis e produção de proteínas animais. 

Em entrevista ao Money Times, Dumoncel enxerga o Brasil como o país mais competitivo do mundo nessa “dobradinha” e, claro, como isso beneficia a companhia. No acumulado do ano, a ação sobe 17,85% e acumula alta de 57,13% nos últimos 12 meses, refletindo o otimismo do mercado.



“Podemos atender toda demanda do mercado interno e nos transformarmos em uma plataforma mundial de suprimento de biocombustíveis e proteínas animais para todo o mundo, principalmente com os coprodutos como farelo da soja e DDG no milho. Estamos conseguindo extrair valor e crescimento que nós temos tido comprova isso. Isso nos deixa muito otimistas no segmento”.

O COO enfatiza que a 3tentos não é só uma produtora de combustíveis e proteína animal, mas sim uma fomentadora do produtor rural, desde a origem da cadeia. “Temos uma cadeia, uma integração, muito mais estabilizada que a média do mercado”, diz.

Freio para o biodiesel preocupa?

Em relação ao freio no aumento da mistura de biodiesel no diesel para 15% pelo Governo Federal, Dumoncel avalia que esse recuo não é bem-vindo, mas que o mercado segue demandando muito do produto.

“Nós estamos com um ritmo recorde de entregas de biodiesel, mesmo ainda dentro do B14 [mistura de 14% de biodiesel no diesel]. Acredito que o Governo fez uma pausa muito por pela pressão da inflação e para entender em quais ferramentas ele poderia mexer. Mas, não acreditamos que seja óleo de soja é o que vai mexer no ‘ponteiro da inflação'”.

Por conta do lançamento da Lei do Combustível do Futuro, o COO acredita que o governo precisa repensar esse freio e que entregue o B15 assim que possível.

“É preciso previsibilidade. Estamos em um ano importante, de COP30, e acho que o governo tem uma mensagem não só interna, mas também para o mundo. Precisamos sinalizar nosso compromisso com descarbonização e mudanças climáticas. Um caminhão a biodiesel emite 85% menos CO2 que um caminhão movido a diesel. São uma série de esforços que precisam ser realizados”.

O balanço de 2024

Para o executivo, 2024 foi um ano excelente, com um crescimento de receita operacional líquida de 42,5%, com uma receita operacional de R$ 12,8 bilhões, além do crescimento de 101,4% para o Ebitda ajustado, que ficou em R$ 973 milhões.

“Foram números bem vigorosos. A empresa cresceu em termos de tamanho e ganhou escala, mas também manteve um crescimento de resultados. Nos últimos 14 anos, o CAGR [Taxa de crescimento anual composta] médio é de 30%, dentro do nosso propósito de crescimento e resultado. Fechamos 2024 com uma alavancagem próxima a zero. Resultados que se transformam na sua maioria em caixa e que tem custeado nossos investimentos”.

Dumoncel reforça que ter um negócio desalavancado é bastante importante em momento de juros altos e que muitas outras companhias estão sendo machucadas por essas taxas elevadas. Até 2030, a empresa que atingir a marca de 100 lojas de recebimento de grãos. Em 2024, o ROIC atingiu 24,7%, o maior nível da história da companhia.

“Isso traz um otimismo importante, e dentro desse contexto da Bolsa mais desafiada pelos juros altos, entendemos que a 3tentos está sendo reconhecida através da performance do papel. Não é fácil fazer um crescimento potente e manter um ROIC alto“.

O que esperar para 3tentos em 2025?

O COO destaca o modelo de negócios desde o IPO, que eles chamam de “Ecossistema 3tentos”, que passa pela venda de insumos ao agricultor, junto com assistência técnica, financeira, financiamento e originação dos grãos para pagamentos dos insumos.

“É uma venda de insumos lastreada em grãos, e esses grãos são transformados a partir da industrialização de soja e de milho, onde o foco é a produção de proteína vegetal e biocombustíveis, biodiesel e etanol em especial”, explica.

Para 2025, Dumoncel aponta a perspectiva favorável para super safra de soja e as boas perspectivas para o milho segunda safra de milho, apesar dos problemas climáticos no Rio Grande do Sul.

“Esperamos uma boa oferta de grãos, com o produtor de modo geral se recuperando das últimas safras onde teve alguma quebra e questões como queda no preço das commodities. Acho que o mercado está mais organizado e os custos estão mais equalizados”.

Quanto ao fornecimento de crédito, acredita que haverá mais oportunidades para companhia, através do seu braço financeiro, a ‘TentosCap’, em meio a um cenário do crédito oficial menos amplo e restrições orçamentárias por parte do governo.

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Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024, ficou entre os 80 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
pasquale.salvo@moneytimes.com.br
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