A jornada ou o destino? Taxa Selic e meta de inflação, privatização da Copel, Petrobras na venda da Braskem e outros destaques do dia

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Há quem diga que o importante é a jornada, não o destino. Mas o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, parece não ter tempo para autoajuda barata. A inflação precisa ficar na meta. Esse é o ponto.

Talvez seja uma questão de honra. Desde 2021, quando a autoridade monetária ganhou autonomia formal, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC não consegue chegar ao fim do ano com o IPCA dentro da meta.

Consequentemente, Campos Neto precisou se explicar. Houve choques pelo caminho. Pandemia, guerra, um movimento global de alta dos juros. Em agosto do ano passado, a taxa Selic chegou a 13,75% ao ano — e ali ficou.

Mas a pressão sobre o BC ganhou força com a mudança de governo e o sufocamento de setores importantes da economia. Em março, o IPCA voltou para dentro da meta estabelecida para 2023, que vai de 1,75% a 4,75% ao ano.

Entretanto, a jornada precisava continuar e o BC seguiu empenhado em levar o IPCA para o centro da meta, que é 3,25%. Agora é provável que o destino tenha sido finalmente alcançado. Ficaremos sabendo às 9h, quando o IBGE divulgar os números da inflação de junho.

A mediana das estimativas colhidas pelo serviço de notícias em tempo real Broadcast é de que haverá deflação de 0,10% na passagem de maio para junho.

Já no acumulado em 12 meses, a expectativa é de que a inflação oficial no Brasil desacelere de 3,94% em maio para 3,14% em junho, quase exatamente no centro da meta.

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E se a jornada vem sendo dolorosa para muitos, o destino está logo ali — o que já leva a uma expectativa unânime entre os participantes do mercado de que o Copom vai começar a baixar a taxa de juros a partir de agosto.

Para ficar por dentro de como o provável retorno da inflação para o centro da meta vai repercutir sobre os seus investimentos, acompanhe a cobertura de mercados do Seu Dinheiro.

Este artigo foi publicado primeiramente no “Seu Dinheiro na sua manhã”. Para receber esse conteúdo no seu e-mail, cadastre-se gratuitamente neste link.

O que você precisa saber hoje

SINAL VERDE
Privatização da Copel (CPLE6): acionistas aprovam mudança de estatuto que abre caminho para desestatização. Os investidores aprovaram o novo modelo que transforma a empresa em uma corporação durante assembleia realizada ontem, apesar da oposição do BNDES.

QUEM VAI FICAR COM ELA
Vai partir para a briga? Depois da Unipar (UNIP6), Petrobras (PETR4) dá mais um passo no caso da venda da Braskem (BRKM5). Estatal dá início ao processo de due diligence. Saiba o que isso significa e o que pode acontecer daqui para frente.

UM BRINDE
Pode apostar na gelada: BofA eleva recomendação da Ambev (ABEV3) para compra e ações estão entre as maiores altas do Ibovespa. O banco norte-americano estima que os papéis da cervejeira possam chegar aos R$ 17,50, um avanço de cerca de 17% em relação às cotações atuais.

RENDA EXTRA
Tesouro Direto para aposentadoria atrai mais de 50 mil investidores e mostra que brasileiro quer começar a receber renda o quanto antes. O Tesouro RendA+ atingiu R$ 1 bilhão menos de seis meses após o lançamento. Saiba qual a data favorita em que os brasileiros planejam a aposentadoria.

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS
Declínio na Terra do Dragão: Desaceleração da China e alta dos juros nos EUA assustam, mas podem ser positivas para emergentes como o Brasil. Para o colunista Matheus Spiess, os investidores estão frustrados com os dados econômicos chineses, incluindo os de inflação, que estão abaixo do esperado.

Uma boa terça-feira para você!