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A ‘maior Páscoa do mundo’ ou a última da Americanas (AMER3)? Em crise, mercado quer respostas

05 abr 2023, 17:53 - atualizado em 05 abr 2023, 17:53
Americanas AMER3 páscoa
Operação de Páscoa da Americanas deve ser “bem menor” do que antes (Imagem: Giovana Leal/ Money Times)

A Americanas (AMER3) se mostrou muito confiante para a Páscoa deste ano. Antes da data, o diretor comercial da varejista, Aleksandro Pereira, já afirmava que o evento seria “grandioso, como sempre”, e projetava maior rentabilidade para a data. No entanto, com base nos últimos acontecimentos, quanto o mercado pode alimentar essa esperança?

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Para o analista da Empiricus, Fernando Ferrer, a resposta não é positiva. Apesar do otimismo da diretoria, o mercado continua preocupado com o rombo de mais de R$ 40 bilhões da varejista e o processo de recuperação judicial.

“Enquanto estiver em recuperação judicial e em briga com os credores, a Americanas vai ter uma operação mais deteriorada”, explica.

Ferrer ressalta que, no momento, o mercado acompanha o avanço das conversas com os credores, mais do que o operacional da varejista. A oferta do aporte de R$ 12 bilhões dos acionistas de referência já teria agradado os bancos, embora estes quisessem R$ 15 bilhões. Ainda assim, o mercado aguarda uma solução.

O analista afirma que, quanto mais rápida for a negociação da Americanas com os credores, mais efetiva será a tentativa de recuperação da companhia. No entanto, se prolongada, a deterioração operacional será maior. “A empresa vai perdendo credibilidade com os clientes e fornecedores e as lojas vão ficando vazias. Gera um efeito bola de neve ruim”, diz.

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Credibilidade abalada

Ferrer, da Empiricus, destaca que, com a crise, os consumidores migram para outros e-commerces e passam a buscar as lojas físicas de outras marcas. De 11 de janeiro até o fim de fevereiro, a companhia perdeu cerca de 57% do tráfego em seu site, de acordo com relatório do Itaú BBA. Comparado com o mesmo intervalo de 2022, a queda foi de 56%.

Nesse período, quem registrou aumento do fluxo foi a Via (VIIA3), com um crescimento nominal de 12%.

Além disso, o analista aponta que a situação com fornecedores também não está favorável. Desde o escândalo, eles passaram a aceitar apenas pagamentos à vista da Americanas.

Ao analisar os esforços da companhia para fazer uma capitalização grande, Ferrer afirma que esse não deve ser o fim para Americanas. Por outro lado, o analista lembra que a imagem da companhia está deteriorada e, mesmo sendo conhecida por grandes eventos de páscoa, a operação deve ser “bem menor” do que era visto há pouco tempo.

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Páscoa na Americanas

No fim de março, a Americanas divulgou que 13 milhões de itens seriam ofertados na Páscoa e afirmou esperar maior rentabilidade para o evento.

Sem esquecer do processo de recuperação judicial pelo qual está passando, após rombo bilionário vir à tona, a companhia destaca que as negociações de Páscoa com fornecedores foram iniciadas ainda em 2022 e um caixa já havia sido estruturado para o evento.

“A Americanas foi capaz de acordar o pagamento à vista e antecipado de diversos produtos, abrindo a possibilidade de negociar descontos com os parceiros que solicitaram novas formas de pagamento. Com isso, a empresa espera maior rentabilidade para a data”, disse em comunicado.

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Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.
giovana.leal@moneytimes.com.br
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.