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Minerva (BEEF3): BTG vê ‘jogada tática’ e projeta dividendos robustos com aumento de capital

17 abr 2025, 13:21 - atualizado em 17 abr 2025, 17:26
minerva beef3
Minerva (BEEF3) aprova aumento de capital de R$ 2 bilhões; BTG vê espaço para valorização e dividendos maiores. (Imagem: Divulgação/Minerva Foods)

A Minerva (BEEF3) aprovou a proposta para aumento de capital de até R$ 2 bilhões, com conclusão prevista para 29 de abril.

Segundo o BTG Pactual, a injeção de capital representa uma “jogada tática”, impulsionada por uma possível diluição positiva do lucro por ação, um preço de emissão com desconto e o potencial adicional dos bônus de subscrição (warrants).

Com base nessa movimentação, o banco elevou o preço-alvo da ação de R$ 9 para R$ 10 — o que indica um potencial de valorização de cerca de 38% sobre o último fechamento —, mantendo recomendação neutra para os papéis.

Nesta quinta-feira (17), BEEF3 subiu 2,92%, a R$ 7,41.

Em um relatório de setembro de 2024, o banco refletiu sobre a incerteza em torno do valor da ação. O alto endividamento, que chegou a representar 85% do valor da empresa em certo momento deste ano, significava que mesmo uma pequena mudança nas expectativas de lucro e fluxo de caixa resultava em uma variação desproporcional no valor justo do patrimônio.

“Isso representava um risco excessivo, especialmente em um setor em que câmbio, preços de commodities e acordos comerciais globais aumentam a volatilidade das projeções de lucro. Embora os riscos de margem ainda persistam, o balanço da Minerva ficará inegavelmente mais sólido após a conclusão do aumento de capital. Estimamos que o patrimônio líquido passará a representar 35% do valor da empresa com base no preço atual da ação”, apontam Thiago Duarte, Guilherme Guttilla e Gustavo Fabris.

A ‘jogada tática’ com bônus de subscrição

Para o BTG, o negócio foi estruturado de forma inteligente, e apesar da diluição, a decisão de conceder um bônus de subscrição (warrant) aos participantes da oferta privada tornou a operação muito mais atrativa para os acionistas. O banco aponta que, quanto mais o preço da ação subir antes da data-limite, mais valorosos se tornam os warrants. 

Desde o anúncio, as ações BEEF3 subiram 12%, e o valor de cada warrant também subiu 18%.

“Com base no fechamento de ontem, poderíamos argumentar que o ‘valor justo’ da BEEF3 com base no negócio é de R$ 7,28 [R$ 5,17 do preço da oferta + R$ 2,11 referentes a meio warrant]. No entanto, dado o valor do bônus concedido, quem compra ações agora ainda pode ter mais ganhos”.

De acordo com os analistas, caso as ações da Minerva voltarem a negociar próximas da média histórica (cerca de R$ 8,20 por ação após o negócio), os investidores poderiam pagar até R$ 11,90 por ação, desde que consigam vender os papéis por, pelo menos, acima dos R$ 8,20 mencionados.

O novo modelo para Minerva e a perspectiva de maiores dividendos

Quando a Minerva realizou seu último aumento de capital em 2018, a VDQ (holding da família controladora), teria tomado um empréstimo de R$ 350 milhões para ter fundos necessários.

Nos anos seguintes, a Minerva pagou R$ 1,4 bilhão em dividendos, valor que se aproximou da fatia proporcional da VDQ nesses pagamentos. Desta vez, diz-se que a VDQ tomou um empréstimo de R$ 705 milhões para participar da atual oferta.

“Se o padrão se repetir, os acionistas podem esperar pagamentos [de dividendos] mais robustos novamente, à medida que o controlador busca desalavancar seu próprio balanço. Isso também indica que a Minerva provavelmente evitará aquisições disruptivas por um tempo, focando em entregar eficiências operacionais na integração dos ativos adquiridos da Marfrig”.

Segundo o BTG, isso reforça como a valorização das ações muitas vezes depende da convergência entre os interesses dos minoritários e os dos controladores. Isso é válido tanto para esta operação quanto para as decisões de alocação de capital da Minerva.

Com a atualização do modelo, refletindo o aumento de capital, o banco estima agora um Ebitda de R$ 4,4 bilhões para 2025 e R$ 4,7 bilhões para 2026, com lucro líquido de R$ 176 milhões em 2025 e R$ 560 milhões em 2026.

Aos preços atuais das ações, estimamos que a empresa negocie com um rendimento de fluxo de caixa livre (FCF) de 4% para 2026, uma valuation que sugere potencial de valorização limitado.

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Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024, ficou entre os 80 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
pasquale.salvo@moneytimes.com.br
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