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A promessa da China para soja: BTG vê otimismo exagerado e “hora de realizar lucros”; XP mantém viés negativo

31 out 2025, 12:03 - atualizado em 31 out 2025, 12:13
Soja EUA china
(iStock.com/JJ Gouin)

Estados Unidos e China costuraram os primeiros passos de um novo acordo comercial após viagem de o presidente norte-americano, Donald Trump, para Ásia. O mandatário chegou a dizer que os chineses comprariam quantidades enormes de soja.

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O BTG Pactual, que adota uma visão cautelosa e cética sobre o acordo, acredita que o pacto mais simbólico do que efetivo, com muitos detalhes indefinidos (como prazos, volumes adicionais e cronogramas de embarque).

Para o analista de commodities, Jean Miranda, a ausência de um tratado formal e as restrições logísticas e tarifárias na China tornam improvável uma retomada imediata e significativa das compras de soja americana.

“Mesmo que o acordo preveja compras chinesas de até 12 milhões de toneladas no curto prazo e 25 milhões de toneladas anuais nos próximos três anos, há ambiguidade sobre a natureza desses volumes e seus impactos nos estoques americanos”.

Em 2020, na ‘Phase 1’ do acordo entre os países, apenas 58% das metas foram cumpridas, e em 2018 as promessas de retomada das compras americanas se mostraram vazias.

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Também há limitações logísticas por parte da China, já que o país comprou grandes volumes do Brasil e da Argentina, o que reduz a capacidade física de novos embarques. Além disso, as tarifas de 13% a 17% sobre a soja americana ainda vigoram, mantendo os grãos da América do Sul mais competitivos.

Para o BTG, é momento de realizar lucros e vendas nas altas. O banco enxerga o mercado da soja próximo de um topo.

“O avanço do bull market dependerá de demanda física concreta, que ainda não se confirmou, e das condições climáticas na América do Sul — hoje, o principal fator de risco e sustentação dos preços”.

XP não vê mudanças significativas no mercado da soja

Para a XP Investimentos, o acordo não altera de forma significativa o cenário global da soja e mantém viés negativo para o mercado.

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Embora o pacto inclua também redução parcial de tarifas dos EUA e suspensão temporária das restrições chinesas às terras raras, a XP destaca que a reação neutra dos preços em Chicago indica ceticismo do mercado quanto aos efeitos práticos do acordo.

Fora isso, as incertezas sobre a retirada das tarifas retaliatórias chinesas permanece, o que seguiria limitando o acesso de tradings privadas americanas ao mercado da China.

“Mesmo com o acordo dando algum suporte momentâneo aos preços, o balanço global de soja permanece confortável, com demanda chinesa fraca e oferta recorde na América do Sul. A melhora nas chuvas no Brasil reduz riscos de quebra de safra, o que reforça a nossa visão de pressão baixista e forte concorrência sobre a soja americana nos próximos meses”, explicam Leonardo Alencar, Pedro Fonseca e Samuel Isaak.

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Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural. Em 2024 e 2025, ficou entre os 100 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
pasquale.salvo@moneytimes.com.br
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