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A promessa para 2023 do Mercantil (BMEB3), forte pagador de dividendos elogiado por Barsi

08 mar 2023, 9:08 - atualizado em 08 mar 2023, 9:13
Gustavo Araújo, CEO do Banco Mercantil do Brasil (Divulgação)
Gustavo Araújo, CEO do Banco Mercantil do Brasil (Divulgação)

O Banco Mercantil (BMEB3), que apresentou nesta quarta-feira (8) um forte resultado em um momento em que grandes instituições têm registrado uma deterioração da qualidade do crédito, promete continuar crescendo em 2023 – o que deve implicar em vultuosos dividendos.

A empresa é conhecida por ser uma boa pagadora de proventos, mas também é vista como uma ação difícil de ser comprada. O megainvestidor Luiz Barsi, por exemplo, chegou a dizer que tem comprado o papel, mas que “praticamente não há liquidez”.

Ao Money Times, o CEO do Mercantil, Gustavo Araújo, acrescentou que a família controladora vêm recomprando os papéis da companhia e destacou que, por ora, não há planos para um “re-IPO” (ou seja, uma nova oferta de ações) por conta das condições de mercado.

“A gente sempre olha formas de capitalização do banco, mas acho que não tem janela favorável no curto prazo para executar [uma oferta] como a gente gostaria”, disse o executivo.

O Mercantil apresentou há pouco um lucro líquido de R$ 65 milhões no quarto trimestre de 2022, em um avanço de 49%, com 6,1 milhões de clientes (alta de 43%) e uma carteira de crédito de R$ 11 bilhões – o que representa um ganho de 23%. A margem financeira cresceu 0,4 ponto percentual, a 20,7%, enquanto a inadimplência em 90 dias ficou estável a 3,3%.

Os bons números – cuja comparação considera a base anual – para patamares de um banco médio são reflexo de uma estratégia de crescer com “responsabilidade”, segundo o CEO da empresa que em 2023 completa 80 anos. Ele explicou que o banco ampliou o leque de atuação para compensar uma perda de margem em empréstimos.

O Mercantil, que atua no segmento do público com mais de 50 anos, avançou com uma gama de serviços (a receita para essa área cresceu 30% em um ano), turbinados por um marketplace criado há pouco mais de 12 meses e que hoje representa 10,15% da linha de prestação de serviços do balanço do banco (são 850 empresas parceiras, segundo a companhia).

“A gente coloca todos os serviços não bancários, com redes de parcerias e descontos”, explicou Araújo, destacando planos de saúde, academias e assistências 24 horas para serviços domésticos.

“Com receita de crédito e serviços, a gente conseguiu atravessar um ano muito desafiador e ainda assim ter um resultado recorde [de lucro anual de R$ 201 milhões]”, disse, referindo-se ao rápido aumento da Selic, que chegou a ficar em 2% em 2020 e hoje está em 13,75%.

Agora que a taxa básica de juros deve ficar ao menos estável, comentou o CEO do Mercantil, “tudo que o banco crescer neste ano deve aumentar a margem e o retorno sobre ativos [que no quarto trimestre caiu 0,7 ponto percentual, a 16,7%]”.

Fora do ‘risco Americanas’

Segundo Araújo, o Mercantil tem 90% da carteira de crédito concentrada em pessoas físicas. “A gente está de fora do risco Americanas“, disse sobre a empresa cujo rombo bilionário chacoalhou o balanço dos grandes bancos.

O CEO do Mercantil afirmou que o banco tem uma carteira “defensiva”. “Quase 80% da carteira se concentra em consignados, que têm em última instância a garantia do governo federal: consignado de INSS, cartão consignado, entre outros”.

O executivo também citou a modalidade de saque-aniversário de FGTS, que é uma antecipação de um fluxo que seria pago em vários anos. “A gente faz troca de dívida com um dinheiro que já é do cliente”, explicou.

O crédito FGTS no banco cresceu 593% em um ano, a R$ 1,5 bilhão, enquanto o crédito consignado avançou 11%, a R$ 6,3 bilhões, segundo balanço da companhia.

Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.
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