A senha do Louvre era simples — a sua também é? Veja 5 dicas para proteger sua vida digital
Você imaginaria que um dos museus mais visitados do mundo — responsável por obras como a Mona Lisa e a Vitória de Samotrácia — pudesse falhar justamente em algo básico como a definição de uma senha? Se estivéssemos falando do wi-fi aberto do Louvre, talvez o problema fosse menor. Mas, segundo o jornal francês Libėration, isso teria ocorrido em um servidor ligado ao monitoramento de segurança do local.
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De acordo com documentos de uma auditoria da Agência Nacional de Cibersegurança da França, datada de 2014, o servidor teria, ao menos por um período, utilizado uma senha curta, óbvia e facilmente explorável: LOUVRE.
Ainda que a senha tenha sido alterada posteriormente, o roubo recente de peças em uma das galerias reforça que vulnerabilidades no sistema de segurança podem ser antigas.
E, se isso acontece no Louvre, imagine no cotidiano de quem usa o celular para fazer Pix, acessar redes sociais, consultar o extrato bancário ou armazenar arquivos na nuvem.
Golpes evoluem — mas o comportamento do usuário nem sempre acompanha
No Brasil, o risco é concreto. Dados da Febraban mostram que golpes baseados em engenharia social cresceram 65% no último ano. A Serasa estima que ocorre uma tentativa de fraude de identidade a cada sete segundos no país.
Relatórios do Banco Central reforçam que boa parte das fraudes envolvendo Pix depende de persuasão: o golpista não “descobre” a senha — ele convence a vítima a entregá-la.
E a vulnerabilidade começa antes.
Segundo a Kaspersky, 58% dos brasileiros não atualizam suas senhas com frequência, e a senha mais usada ainda é “123456”.
“A internet é um ambiente público. Assim como trancamos a porta de casa, precisamos fechar caminhos para golpes e proteger a vida online”, afirma Eduardo Cachola, gerente da Serasa, que acaba de relançar a série educativa Sempre Alerta.
Além dos dados pessoais, há impacto financeiro direto. “Fraudes desse tipo afetam a vida financeira das famílias”, completa Cachola. “Proteger informações é parte de uma jornada financeira segura.”
Por que senhas fracas facilitam golpes e como os criminosos atuam hoje

Ao contrário da ideia de que o golpista tentaria adivinhar senhas manualmente, os ataques atuais são automatizados:
- Programas testam listas de milhões de senhas vazadas
- Se sua senha vaza em um serviço, ela é testada automaticamente em outros
- Golpistas exploram urgência, confiança e medo para obter códigos de autenticação
Ou seja: mesmo senhas fortes podem ser comprometidas. Por isso, senha sozinha não é suficiente.
Diretrizes internacionais, como as do NIST, recomendam senha robusta + autenticação adicional.
Como reforçar sua segurança digital (5 passos práticos)
1 – Crie senhas fortes e únicas
- Pelo menos 12 caracteres
- Misture letras maiúsculas e minúsculas + números + símbolos
- Não use a mesma senha em serviços diferentes
- Utilize um gerenciador de senhas
2 – Ative a autenticação em dois fatores (2FA)
Mesmo que alguém descubra sua senha, o acesso permanece bloqueado.
3 – Use biometria e tokens
Impressão digital, reconhecimento facial e tokens físicos/digitais tornam invasões mais difíceis.
4 – Considere identidade digital verificada
Credenciais centralizadas com criptografia ajudam a reduzir vazamentos.
5 – Desconfie de links, mensagens suspeitas e redes Wi-Fi abertas
Golpistas usam urgência e pressão emocional como ferramenta. Sempre confirme a fonte antes de clicar ou responder.