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A surra da MRV na bolsa hoje teve seus motivos, segundo os analistas. Veja quais são eles

17 jan 2020, 19:25 - atualizado em 17 jan 2020, 19:29
Frustração: analistas não esperavam queima de caixa da MRV no trimestre (Divulgação/MRV)

A prévia de resultados operacionais, divulgada pela MRV (MRVE3) na noite de ontem (16), desapontou o mercado e os analistas. O resultado foi uma forte queda de suas ações durante boa parte da sessão desta sexta-feira. Por volta das 14h20, os papéis recuavam 2,17%, para R$ 21,15, enquanto o Ibovespa, principal índice da B3  (B3SA3) subia 0,83% e marcava 117.675 pontos.

Naquele momento, era o papel que mais caía, segundo o site da própria B3, bem à frente do Laboratório Fleury (FLRY3), que perdia 0,99%, a R$ 30,93.

No fim do dia, contudo, a MRV se recuperou, a ponto de encerrar o pregão com uma leve alta de 0,32%, cotada a R$ 21,69. Uma virada e tanto, mas ainda longe do Ibovespa, que terminou o dia com valorização de 1,52% e 118.418 pontos.

Um relatório do BTG Pactual (BPAC11) sobre o desempenho da MRV no quarto trimestre dá uma ideia do desapontamento que predominou do mercado. Os principais números vieram abaixo das expectativas do banco. As vendas líquidas, de R$ 1,38 bilhão, por exemplo, foram 23% menores que a projeção do BTG – e 10% inferior ao do último trimestre de 2018.

Queimando dinheiro

O banco também destaca a queima de R$ 34 milhões no caixa da MRV no período, apesar de os números mostrarem que a construtora reduziu seu ritmo de produção. Foram construídas 9.124 unidades, 8% menos que no mesmo intervalo do ano retrasado.

Como alento, o BTG Pactual afirma que o volume de lançamentos, R$ 2,37 bilhões, superou em 13% as suas projeções, com o aumento do tíquete médio (R$ 169 mil por unidade) e um trabalho mais intenso no segmento de imóveis para classe média. Apesar das críticas, o banco recomenda a compra das ações, com preço-alvo de R$ 23.

O maior problema dos números da MRV, segundo o BTG Pactual, é que eles indicam um ROE (Retorno sobre Patrimônio Líquido, na sigla em inglês) potencialmente menor. “O mais importante é que acreditamos que os maiores níveis de estoque e os contínuos investimentos em terrenos poderiam pressionar o ROE no curto prazo”, afirma.

Direcional na frente

O Santander (SANB11)também não ficou satisfeito e classificou os números como “ligeiramente negativos”. A queima de caixa também chamou a atenção. “Os resultados devem confirmar o momento negativo dos resultados, na nossa opinião”, afirma o banco.

A instituição acrescenta que os dados não pesarão positivamente na avaliação do papel, já que “boa parte” dos números positivos “já está refletida nas cotações atuais das ações”. Assim, O Santander mantém a recomendação neutra para os papéis, e ainda observa que a Direcional (DIRR3) é a sua preferida entre as incorporadoras.

Veja a íntegra dos resultados operacionais divulgados nesta quinta-feira (16).

(Texto atualizado às 19h25, com a cotação de fechamento da MRV e do Ibovespa).

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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