Ação da Azul (AZUL4) derrete 10% com dados operacionais de novembro
Negociadas fora do Ibovespa (IBOV), as ações da Azul (AZUL54) chegaram a derreter 10% nos primeiros minutos do pregão e figuram entre as maiores quedas da B3 nesta terça-feira (30), em reação a dados operacionais.
Por volta de 10h50 (horário de Brasília), AZUL54 caía 7,92%, a R$ 2.210,00. Mais cedo, os papéis operaram em leilão por oscilação máxima permita após cair 10%.
Na noite de segunda-feira (29), a Azul reportou o relatório operacional mensal com informações financeiras referentes ao período de 1º a 30 de novembro à Justiça dos Estados Unidos, cumprindo o processo voluntário de Chapter 11 (recuperação judicial nos EUA).
No período, a companhia aérea registrou receita líquida total de R$ 1,817 bilhão. O resultado operacional ajustado, desconsiderando itens não recorrentes relacionados à reestruturação, somou R$ 392,1 milhões, o que corresponde a uma margem operacional de 21,6%.
O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado alcançou R$ 621,8 milhões, com margem Ebitda ajustada de 34,2%.
No fim de novembro, a Azul possuía R$ 1,348 bilhão em caixa e equivalentes de caixa e aplicações financeiras de curto prazo, enquanto as contas a receber totalizavam R$ 3,749 bilhões.
As informações são preliminares e não auditadas e têm como objetivo manter o mercado informado sobre a evolução da posição financeira e operacional da companhia ao longo de seu processo de reestruturação, afirmou a Azul no comunicado.
A companhia converterá senior notes emitidas no exterior em participação acionária, conforme aprovado em seu plano de recuperação. Para viabilizar a troca da dívida, a Azul emitirá um volume massivo de papéis:
- Ações ordinárias: 723.861.340.715 papéis ao preço de R$ 0,00013527 cada.
- Ações preferenciais: 723.861.340.715 papéis ao preço de R$ 0,01014509 cada.
A operação implicou na mudança das negociações das ações sob o ticker AZUL4. A empresa aérea adotou na última terça-feira (23) o código AZUL54, que corresponde a um lote padrão de 10 mil ações.
Reestruturação da Azul
No início de dezembro, a aérea recebeu a aprovação da Justiça dos Estados Unidos para o plano de recuperação judicial, que prevê justamente a conversão de grande parte da dívida pré-existente em ações e permite que a captação de recursos com a venda de novos papéis.
Alguns dias depois, o conselho de administração da Azul convocou uma assembleia geral extraordinária e uma assembleia especial em 12 de janeiro de 2026 para deliberar sobre o fim de suas ações preferenciais e transformar todo o capital da companhia em ações ordinárias, movimento que também faz parte do plano de recuperação judicial.
A proposta da companhia prevê que cada ação preferencial (AZUL4) seja convertida em 75 ações ordinárias (AZUL3). Segundo o comunicado ao mercado, a proporção foi estabelecida pela administração com base na relação econômica existente entre as ações preferenciais e as ações ordinárias.
Vale lembrar que a principal diferença entre os dois tipos é que a preferencial concede direito de preferência no recebimento de dividendos, enquanto a ordinária dá direito a voto em assembleias. Com a proposta, a Azul visa ter seu capital completamente composto por ações ordinárias.
Para que se concretize, a proposta precisa da aprovação de dois grupos, que deverão se posicionar nas assembleias marcadas para o mesmo dia. Aqueles que detêm ações preferenciais devem aprovar a conversão, enquanto os acionistas ordinários precisam confirmar a decisão.
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