Ação da CVC (CVCB3) engata 2º dia consecutivo de ganhos e acumula alta de quase 10%: o que está por trás da forte alta?
As ações da CVC (CVCB3) lideram a ponta positiva do Ibovespa (IBOV) nesta quarta-feira (3), em seu segundo dia consecutivo de valorização com mudanças na posição acionária da companhia e alívio na curva de juros futuros brasileira.
Por volta de 12h35 (horário de Brasília), CVCB3 subia 6,22%, a R$ 2,05. Mais cedo, os papéis da companhia de turismo registraram avanço de 6,74% (R$ 2,06). Acompanhe o Tempo Real.
A forte valorização foi iniciada na véspera (2). Ontem, CVCB3 encerrou com alta de 6,63%, a R$ 1,93, sendo a ação com melhor desempenho entre as negociadas no principal índice da bolsa brasileira. Nos dois dias, os papéis já acumulam avanço de 9%.
O gatilho para os ganhos é a mudança na posição acionária. Na noite da última segunda-feira (1º), a companhia informou que os fundos Carbyne Travel, BRM Carbyne Voyage FIA, Apex Vessel, BRM Carbyne, AM Latitude, Clube de Investimentos Agathos, BRM Apex e o investidor Fernando Antonio Kulnig Cinelli adquiriram mais de 23,7 mil ações ordinárias.
Juntos, eles passaram a deter o equivalente a 10% de participação na companhia.
De acordo com a CVC, os investidores declararam que “a aquisição da participação acionária tem por objetivo a realização de investimento, pretendendo atuar como acionistas de referência”.
Sendo assim, a aquisição não tem o objetivo alterar a composição do controle ou a estrutura administrativa da companhia, acrescentou o comunicado da empresa à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
O que mais impulsiona CVCB3 hoje?
O cenário macroeconômico também beneficia as ações da CVC nesta quarta-feira (3). Os papéis da companhia de turismo são impulsionados pelo alívio na curva de juros, com a queda das taxas de Depósitos Interfinaceiros (DIs) nos vencimentos de curto e médio prazos.
O movimento acompanha os rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, os Treasuries – que operam em queda após dados de emprego mais fraco do que o esperado no mercado norte-americano.
Os dados da maior economia do mundo também contribuem desvalorização do dólar à vista (USDBRL) na comparação com o real. A divisa norte-americana opera no nível de R$ 5,30.
Isso porque o enfraquecimento do mercado de trabalho refletiu mo aumento das apostas de corte nos juros dos Estados Unidos pelo Federal Reserve (Fed, Banco Central dos EUA).
Agora o mercado vê quase 90% de chance de uma redução na taxa de juros norte-americana em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 3,50% a 3,75% ao ano, em dezembro. A decisão do Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed será divulgada na próxima quarta-feira (10).
Em linhas gerais, um dólar mais fraco e a queda na curva mostram a expectativa de uma taxa de juros estável no Brasil, mas com um potencial de flexibilização da política monetária — o que impacta o consumo das famílias. Logo, a tendência é de aumento na procura e compra de pacotes de viagens e reserva de hospedagens, principalmente no exterior, além da demanda mais aquecida nesta época com as festas de fim de ano.
Hoje, a Selic está em 15% ao ano e o mercado precifica um início de ciclo de cortes na taxa de juros no primeiro trimestre de 2026.