Ação da Ultrapar (UGPA3) cai até 4% com anúncio da Petrobras (PETR4)

As ações da Ultrapar (UGPA3) operaram entre as maiores quedas do Ibovespa (IBOV) nesta sexta-feira (8). Por volta de 13h40 (horário de Brasília), UGPA3 caía 3,50%, a R$ 16,83. Na mínima intradia, o recuo foi de 4,70%.
Enquanto a ponta negativa do principal índice da bolsa brasileira se dá por reações aos balanços do segundo trimestre (2T25), os papéis da controladora da Ultragaz recuam com a possível entrada de uma estatal no mercado de distribuição de gás.
Ontem (7), o Conselho de Administração da Petrobras (PETR3; PETR4) aprovou a retomada da distribuição do gás liquefeito de petróleo (GLP), conhecido popularmente como gás de cozinha.
Para os analistas da Ágora/Bradesco BBI, a intenção formal da estatal de retornar ao mercado traz volatilidade às ações Ultrapar, com a possibilidade de a petroleira trazer alguma competição acirrada de preços.
“Com a empresa entrando rapidamente neste mercado, acreditamos que qualquer movimento da Petrobras dependeria de algumas fusões e aquisições, mas ainda necessariamente apoiadas pelos processos internos de governança da empresa — o que pode levar algum tempo”, escreveram os analistas Vicente Falanga e Ricardo França, em relatório.
Assim, “quaisquer potenciais movimentações para a distribuição de combustíveis dependeriam, em última análise, de ‘parcerias’, conforme citado no comunicado, o que permanece obscuro para nós”, afirmou a dupla.
No comunicado ao mercado, a Petrobras afirma que deve respeitar as atuais disposições contratuais, o que indica que, de acordo com os termos do contrato de marca com a Vibra Energia (VBBR3), a empresa está impedida de atuar no negócio de distribuição de líquidos devido a uma cláusula de não concorrência — pelo menos até 2029.
Já o Itaú BBA ressaltou que o setor de GLP passou por mudanças significativas desde a privatização da Liquigás em 2021. Em 2022, a tendência de crescimento nas margens se intensificou com a busca de distribuidoras para compensar a incapacidade de repassar integralmente os aumentos de preços das refinarias da Petrobras no ano anterior.
“Desde abril de 2022, quando os preços do GLP da Petrobras iniciaram uma tendência de queda (seguindo os preços internacionais), os players do setor conseguiram expandir de forma sustentável as margens de distribuição e revenda, mesmo com a queda dos preços finais ao consumidor”, afirma a analista Monique Grecco, em relatório.
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