Ação de Cogna (COGN3) devolve ganhos da véspera e cai 6% após balanço do 4T24

Depois de disparar mais de 7% na véspera (12), as ações da Cogna (COGN3) devolvem parte dos ganhos e lideram a ponta negativa do Ibovespa no pregão desta quinta-feira (13).
Durante as primeiras horas do pregão, a companhia chegou a disparar mais de 8% e logo perdeu os ganhos. COGN3 encerrou a sessão com queda de 6,40%, a R$ 1,61, próxima da mínima do dia. Acompanhe o Tempo Real.
O desempenho negativo das ações hoje tem a mesma causa dos fortes ganhos da véspera: o balanço do quarto trimestre de 2024 (4T24), divulgado na noite da última quarta-feira (12) depois do fechamento do mercado.
A Cogna reportou um lucro líquido de R$ 925,8 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 397 milhões um ano antes. As projeções compiladas pela Lseg apontavam lucro de R$ 265 milhões.
Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) somou R$ 1 bilhão, um salto de 87,7% na base anual, com a margem passando de 28% para 46,4%.
Em termos ajustados, o lucro somou R$ 985 milhões, ante prejuízo de R$ 374 milhões no mesmo período de 2023, enquanto o Ebitda recorrente subiu 47%, para R$ 812 milhões, com a margem subindo de 28,9% para 37,6%.
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Cogna em 2024
No acumulado do ano, a companhia educacional registrou lucro líquido de R$ 880 milhões, cessando uma sequência de prejuízos anuais desde 2020.
Já o Ebitda recorrente atingiu R$ 2,2 bilhões e a geração de caixa operacional após investimentos totalizou R$ 1 bilhão.
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Então, o que desagradou os analistas?
Um balanço misto. É assim que os analistas avaliam o resultado da Cogna no 4T24.Para o Bradesco BBI, o lucro líquido ficou 8% abaixo do esperado pelo banco.
Nas contas do BTG Pactual, se o lucro líquido fosse ajustado pelas reversões e impactos não recorrentes, o resultado teria sido de R$ 233 milhões, aproximadamente 20% abaixo das estimativas do banco devido a despesas financeiras líquidas ajustadas piores do que o esperado.
Por outro lado, o banco considera que a combinação da desalavancagem, melhor geração de fluxo de caixa e o guidance alcançado em 2024 resultaram em um balanço positivo, mas a continuidade de resultados fortes adiante é incerta.
“Reconhecemos as melhorias apresentadas nos últimos trimestres, mas há dúvidas sobre a recorrência desses resultados, já que muitos fatores que beneficiaram 2024, como reversões de provisões e ganhos com disputas tributárias, podem não se repetir com a mesma frequência”, escreveram Samuel Alves, Yan Cesquim e Marcel Zambello.
Para o Itaú BBA, o crescimento de 13% da receita líquida no 4T24 na comparação anual foi o destaque do balanço. O resultado foi impulsionado pelo forte desempenho dos cursos de ensino à distância na Kroton e pela contribuição de R$ 36 milhões da unidade de negócios B2G (negócios para governo, tradução livre) na Vasta — que compensaram o fraco desempenho da receita na Saber, na visão dos analistas.
É hora de vender COGN3?
Após os resultados, o Bradesco BBI reiterou a recomendação de compra para Cogna, com preço-alvo de R$ 2,50 — o que representa um potencial de valorização de 45,3% sobre o preço de fechamento da véspera (12).
O Goldman Sachs também manteve a recomendação de compra das ações da educacional, com o preço-alvo de R$ 2,50.
“Apesar dos sólidos resultados recorrentes, observamos que a COGN3 subiu 60% no acumulado do ano, contra 14% da média de ANIM3/YDUQ3/AFYA, refletindo parcialmente uma abordagem já otimista do mercado para o resultado, o que pode limitar a valorização das ações”, afirmaram Emerson Vieira e Gustavo Miele, que assinam o relatório.
Já o BTG Pactual tem recomendação neutra para COGN3 com preço-alvo de R$ 1,65— um potencial de desvalorização de 4,1 % sobre o preço de fechamento da última quarta-feira (12).
O banco destaca o avanço na recuperação, mas questiona a recorrência dos números e alerta que a possível desaceleração econômica e a inflação elevada podem pressionar as ações no futuro.
Confira as recomendações que o Money Times teve acesso:
Banco | Recomendação | Preço-alvo |
Bradesco BBI | Compra | R$ 2,50 |
BTG Pactual | Neutra | R$ 1,65 |
Citi | Neutra/Alto risco | R$ 1,60 |
Goldman Sachs | Compra | R$ 2,50 |
Itaú BBA | Neutra | R$ 1,50 |