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Ação de Cogna (COGN3) devolve ganhos da véspera e cai 6% após balanço do 4T24

13 mar 2025, 15:59 - atualizado em 13 mar 2025, 17:48
cogna day trade
As ações da Cogna saltaram mais de 8% nas primeiras horas do pregão, mas perderam força e firmaram queda em reação ao balanço do 4T24 (Imagem: Instagram/ Kroton Educação)

Depois de disparar mais de 7% na véspera (12), as ações da Cogna (COGN3) devolvem parte dos ganhos e lideram a ponta negativa do Ibovespa no pregão desta quinta-feira (13).

Durante as primeiras horas do pregão, a companhia chegou a disparar mais de 8% e logo perdeu os ganhos. COGN3 encerrou a sessão com queda de 6,40%, a R$ 1,61, próxima da mínima do dia. Acompanhe o Tempo Real. 



O desempenho negativo das ações hoje tem a mesma causa dos fortes ganhos da véspera: o balanço do quarto trimestre de 2024 (4T24), divulgado na noite da última quarta-feira (12) depois do fechamento do mercado. 

A Cogna reportou um lucro líquido de R$ 925,8 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 397 milhões um ano antes. As projeções compiladas pela Lseg apontavam lucro de R$ 265 milhões. 

Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) somou R$ 1 bilhão, um salto de 87,7% na base anual, com a margem passando de 28% para 46,4%.

Em termos ajustados, o lucro somou R$ 985 milhões, ante prejuízo de R$ 374 milhões no mesmo período de 2023, enquanto o Ebitda recorrente subiu 47%, para R$ 812 milhões, com a margem subindo de 28,9% para 37,6%.

Cogna em 2024

No acumulado do ano, a companhia educacional registrou lucro líquido de R$ 880 milhões, cessando uma sequência de prejuízos anuais desde 2020. 

Já o Ebitda recorrente atingiu R$ 2,2 bilhões e a geração de caixa operacional após investimentos totalizou R$ 1 bilhão.

Então, o que desagradou os analistas? 

Um balanço misto. É assim que os analistas avaliam o resultado da Cogna no 4T24.Para o Bradesco BBI, o lucro líquido ficou 8% abaixo do esperado pelo banco. 

Nas contas do BTG Pactual, se o lucro líquido fosse ajustado pelas reversões e impactos não recorrentes, o resultado teria sido de R$ 233 milhões, aproximadamente 20% abaixo das estimativas do banco devido a despesas financeiras líquidas ajustadas piores do que o esperado. 

Por outro lado, o banco considera que a combinação da desalavancagem, melhor geração de fluxo de caixa e o guidance alcançado em 2024 resultaram em um balanço positivo, mas a continuidade de resultados fortes adiante é incerta. 

“Reconhecemos as melhorias apresentadas nos últimos trimestres, mas há dúvidas sobre a recorrência desses resultados, já que muitos fatores que beneficiaram 2024, como reversões de provisões e ganhos com disputas tributárias, podem não se repetir com a mesma frequência”, escreveram Samuel Alves, Yan Cesquim e Marcel Zambello. 

Para o Itaú BBA, o crescimento de 13% da receita líquida no 4T24 na comparação anual foi o destaque do balanço. O resultado foi impulsionado pelo forte desempenho dos cursos de ensino à distância na Kroton e pela contribuição de R$ 36 milhões da unidade de negócios B2G (negócios para governo, tradução livre) na Vasta — que compensaram o fraco desempenho da receita na Saber, na visão dos analistas.

É hora de vender COGN3?

Após os resultados, o Bradesco BBI reiterou a recomendação de compra para Cogna, com preço-alvo de R$ 2,50 — o que representa um potencial de valorização de 45,3% sobre o preço de fechamento da véspera (12). 

O Goldman Sachs também manteve a recomendação de compra das ações da educacional, com o preço-alvo de R$ 2,50. 

“Apesar dos sólidos resultados recorrentes, observamos que a COGN3 subiu 60% no acumulado do ano, contra 14% da média de ANIM3/YDUQ3/AFYA, refletindo parcialmente uma abordagem já otimista do mercado para o resultado, o que pode limitar a valorização das ações”, afirmaram Emerson Vieira e Gustavo Miele, que assinam o relatório.

Já o BTG Pactual tem recomendação neutra para COGN3 com preço-alvo de R$ 1,65— um potencial de desvalorização de 4,1 % sobre o preço de fechamento da última quarta-feira (12). 

O banco destaca o avanço na recuperação, mas questiona a recorrência dos números e alerta que a possível desaceleração econômica e a inflação elevada podem pressionar as ações no futuro.

Confira as recomendações que o Money Times teve acesso: 

Banco Recomendação  Preço-alvo
Bradesco BBI Compra R$ 2,50
BTG Pactual Neutra R$ 1,65
Citi Neutra/Alto risco R$ 1,60
Goldman Sachs Compra  R$ 2,50
Itaú BBA Neutra  R$ 1,50

 

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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