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Ação da CVC (CVCB3) dispara até 10% nesta terça-feira (24); o que está por trás da forte alta?

24 jun 2025, 13:44 - atualizado em 24 jun 2025, 17:34
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Ações da CVC sobem mais de 10% com alívio na curva de juros após a ata do Copom e enfraquecimento do dólar ante o real (Imagem: Flávya Pereira/Money Times)

As ações da CVC (CVCB3) operaram na ponta positiva do Ibovespa (IBOV) nesta terça-feira (24) desde o início do pregão, em meio a retomada do apetite ao risco com foco no cenário geopolítico e sinalizações do Banco Central sobre a trajetória dos juros brasileiros. 

CVCB3 subiu 4,80%, a R$ 2,40. Na máxima do dia, o papel da companhia de turismo registrou avanço de 10,04% (R$ 2,52). Acompanhe o Tempo Real. 



Com os ganhos recentes, as ações zeraram as perdas do mês e passaram a acumular valorização de quase 5% em junho. No ano, a alta é de cerca de 80%.

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O que impulsiona os papéis de CVC hoje?  

As ações CVCB3 têm forte alta em meio à desvalorização do dólar à vista (USDBRL) na comparação com o real. A divisa norte-americana operam próximo da estabilidade, no nível de R$ 5,50, acompanhando o mercado de câmbio externo — com a recuperação do apetite ao risco dos investidores após a tentativa de cessar-fogo entre Irã e Israel. 

Os papéis da companhia de turismo também são beneficiados pelo alívio na curva de juros, com recuo das taxas de Depósitos Interfinaceiros (DIs) nos vencimentos de curto e médio prazos, em reação à ata da mais recente reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

Os diretores do BC ressaltaram que o ciclo de aperto monetário foi “particularmente rápido e bastante firme”, reforçando que os impactos da taxa mais contracionista estão por vir, e sinalizou o fim do ciclo de altas na taxa Selic. Na semana passada, o Comitê elevou a taxa de juros para 15% ao ano. 

Na avaliação do economista-chefe do Itaú, Mário Mesquita, a recorrência da expressão de que a política monetária deverá permanecer em terreno restritivo por “um período bastante prolongado” na ata sugere que os membros do Copom podem estar tentando sinalizar um número mínimo de reuniões antes de iniciar a flexibilização.

“Em episódios recentes (2015 e 2022), quando a redação era ‘período suficientemente longo’, o BC ficou em pausa por 9 e 7 reuniões, respectivamente”, afirmou Mesquita.

Na projeção do Itaú, a Selic deve permanecer em 15% ao ano até o fim do ano, com um primeiro corte de juros apenas em 2026.

Em linhas gerais, um dólar mais fraco e a queda na curva mostra um potencial de taxa de juros, no caso, estável por mais tempo — o que impacta o consumo das famílias. Sendo assim, a tendência é de aumento da procura e da compra de pacotes de viagens e a reserva de hospedagens, principalmente no exterior.

Outro gatilho para o avanço das ações da CVC é a elevação de recomendação de “equal weight” (neutro) para “overweight”, equivalente à compra, pelo Barclays.

*Com informações de Investing.com 

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.