Ação do agro está no ponto e pode saltar 40%, vê Itaú BBA

A Minerva (BEEF3) caminhava para ter um bom ano em 2025. Até abril, o salto somava 66%. Porém, a companhia desabou 38% desde que anunciou um aumento de capital bilionário e toda a valorização se transformou em uma alta mirrada de 2% no acumulado.
Mas para o Itaú BBA, a companhia oferece um bom risco retorno. A corretora reiniciou a cobertura da companhia com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 4,92, potencial de valorização de 42%.
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Os analistas explicam que após um longo período de restrição de cobertura e discussões intensas sobre um possível aumento de capital, atualizaram o modelo para refletir a integração de novos ativos.
“Mantemos a recomendação de outperform (Desempenho Acima da Média), com base na assimetria positiva caso a integração dos ativos se concretize plenamente — embora reconheçamos que parte do mercado possa querer mais evidências antes de adotar uma visão positiva”.
Aumento de capital e valuation atrativo
Para o BBA, o aumento de capital, por sua vez, deve reduzir a volatilidade das ações, ao melhorar a proporção de capital próprio dentro do valor da empresa.
Nos cálculos da casa, a Minerva negocia a 4x o EV/Ebitda (valor da firma sobre resultado operacional) para 2025, abaixo de sua média histórica (4,5x a 6,0x).
“Projetamos uma desalavancagem mais clara a partir de 2026, embora 2025 ainda deva apresentar geração de caixa comprimida”.
Ainda segundo o Itaú, apesar da ampla oferta de gado no Brasil, a demanda internacional (EUA e China) tem compensado.
“A escassez nos EUA e os baixos estoques na China favorecem a transferência de custos ao consumidor”.
A receita consolidada estimada é de R$ 51 bilhões, com os novos ativos contribuindo com R$ 10,7 bilhões (e R$ 13,7 bilhões estimados para 2026, após plena maturação).
Minerva: Goldman está mais pessimista
Ao contrário do BBA, o Goldman Sachs reduziu seu preço-alvo para as ações da Minerva de R$ 6,95 para R$ 6, mantendo a recomendação neutra para o papel.
O banco espera que a Minerva registre vendas consolidadas de R$ 52,5 bilhões em 2025, 5% acima do consenso da Bloomberg e ligeiramente abaixo do ponto médio do guidance da administração, que varia de R$ 50 a R$ 58 bilhões.
Segundo os analistas Thiago Bortoluci e Nicolas Sussmann, as operações legadas da Minerva devem operar com uma taxa de utilização entre 60% e 65% entre o 2º e 4º trimestres de 2025.
Já os ativos adquiridos da Marfrig devem encerrar o ano com utilização de 65%, frente aos 55% registrados no primeiro trimestre.
Apesar disso, os analistas continuam prevendo um fluxo de caixa livre (FCF) negativo em 2025 de R$ 371 milhões, pressionado em parte pelo nível de alavancagem e pelas despesas financeiras.