Comprar ou vender?

Ação do Banco do Brasil está mais barata e tem maior potencial do que Itaú, Bradesco e Santander

06 set 2019, 11:44 - atualizado em 06 set 2019, 15:59
Banco do Brasil
Analistas avaliam que ação não subiu tanto como papeis de concorrentes e Ibovespa (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

O banco de investimentos americano Goldman Sachs elevou a recomendação das ações do Banco do Brasil (BBAS3), de neutro para compra, assim como a estimativa de preço-alvo, passando de R$ 56 para R$ 59. Com isso, o upside (potencial de valorização) das ações é de 24%, “comparado com expectativa média de 4% do setor para as outras instituições financeiras no nosso universo de cobertura”.

O relatório obtido pelo Money Times aponta que a performance recente da ação nos últimos três meses, de desvalorização de 8% contra alta de 7% do Ibovespa, “cria ponto de entrada atrativo”. “O valuation é atrativo ao ser negociado com P/L (Preço da ação sobre Lucro) de 7 vezes para 2020”, completa, ressaltando o desconto de 31% da negociação das ações do Banco do Brasil em relação a seus concorrentes.

Nome Ação 01/01/19 05/06/19 05/09/19 Variação em 3 meses Variação no ano
Banco do Brasil BBAS3 R$ 48,6 R$ 51,48 R$ 47,46 -7,81% -2,35%
Bradesco BBDC4 R$ 33,66 R$ 36,48 R$ 33,21 -8,96% -1,34%
Itaú Unibanco ITUB4 R$ 37 R$ 34,34 R$ 34,03 -0,90% -8,03%
Santander SANB11 R$ 45,74 R$ 44,35 R$42,97 -3,11% -6,06%
Ibovespa Ibovespa 91012 pontos 95998 pontos 102244 pontos 6,51% 12,34%

 

Gráfico mostra o posicionamento das ações do BB (azul claro) em relação à média dos bancos (azul escuro) – A métrica utilizada para avaliar a dissonância entre quanto o mercado avalia a empresa em relação a projeção de ganhos:

Fonte: Bloomberg, dados da companhia, Goldman Sachs Global Investment Research

“Enquanto isso, a lucratividade deverá continuar a crescer, a medida que o banco detém maior espaço para aprimorar a eficiência e está menos dependente do crescimento do volume de empréstimos do que seus concorrentes”, apontam os analistas Tito Labarta, Jonathan Uriel Schajnovetz, Ashok Sivamohan.

A menor sensibilidade da carteira de empréstimos a variações ao juro básico, pela natureza de maior exposição ao setor agrícola, também é destacada pelo Goldman Sachs, além do controle de custos e o programa de desligamento voluntário, que deverá provocar economias de 2% em 2020.

Receitas e empréstimos

Apesar do otimismo, os analistas reduziram as projeções de receita total para 2019 e 2020. Para este ano, espera-se agora R$ 93,13 bilhões – contra R$ 94,24 bilhões na estimativa anterior. Já no próximo ano, o Banco do Brasil deverá ter receita de R$ 99,97 bilhões. A previsão anterior era de R$ 101,53 bilhões.

O crescimento no volume de empréstimos do banco deverá permanecer estável neste ano, em linha com o guidance (projeção da diretoria executiva). A estimativa era de baixa de 2% à alta de 1%, “bem menor do que seus concorrentes, com expectativa média de expansão de 9%”.

Para 2020, a expansão no montante de financiamentos  também deverá ser menor do que as de seus concorrentes, de 7% contra 11%. O motivo para a dissonância é a “recuperação mais lenta dos empréstimos às empresas”.

Graduado em Ciências Econômicas pela USP, tendo cursado mestrado em Ciências Humanas e em Economia na UFABC, Valter Outeiro acumulou anos de vivência no mercado financeiro através de passagens nas áreas de estratégia de investimentos dentro de private banks, em multinacionais produtoras de índices de ações e em redações de jornalismo econômico.
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Graduado em Ciências Econômicas pela USP, tendo cursado mestrado em Ciências Humanas e em Economia na UFABC, Valter Outeiro acumulou anos de vivência no mercado financeiro através de passagens nas áreas de estratégia de investimentos dentro de private banks, em multinacionais produtoras de índices de ações e em redações de jornalismo econômico.
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