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Ação do Banco do Brasil pode saltar, pelo menos, 30%. Mas isso é uma baita chance ou uma cilada?

14 fev 2021, 19:37 - atualizado em 14 fev 2021, 19:42
Banco do Brasil
Potencial: mesmo quem não gosta do Banco do Brasil vê potencial de alta de 30% neste ano (Imagem: LinkedIn/ Banco do Brasil)

Desde que o Banco do Brasil (BBAS3) divulgou o balanço do quarto trimestre, os analistas se dividiram. De um lado, estão os que, mesmo sem encontrar surpresas nos números, acreditam no potencial da ação e, por isso, indicam sua compra. De outro, estão os que não gostaram do balanço e são céticos para 2021. Logo, dizem que é hora de ficar longe desses papéis.

O curioso é que mesmo os que divulgaram uma recomendação neutra enxergam espaço para uma disparada das ações do Banco do Brasil neste ano. Seis relatórios sobre o balanço da instituição e suas perspectivas trazem uma faixa de valorização potencial entre 30,4% e 65,9% para as ações em 2021. A média das projeções ficou em 40%.

Justiça seja feita, quatro dos seis relatórios recomendam a compra dos papéis. Apenas dois reforçaram a indicação neutra.

Fé nos múltiplos

O Banco Safra é o mais otimista. Além de reiterar a recomendação de outperform (desempenho esperado acima da média do mercado), é o que possui o maior preço-alvo para o Banco do Brasil: R$ 56 por papel, o que representa um potencial de alta de 66% sobre os R$ 33,75 com que fechou na sexta-feira (12).

Luis Azevedo e Silvio Dória, que assinam o relatório do Safra, sublinham que os resultados do quarto trimestre vieram dentro do esperado e, portanto, não impressionaram. O que mais chamou a atenção da dupla foi o guidance de 2021, pouco acima do consenso do mercado.

Afinal, o que fazer com as ações do Banco do Brasil?

Instituição Recomendação Preço-alvo (R$) Potencial de alta (%)*
Ágora Neutra 44 30,4
Ativa Compra 47 39,2
BTG Pactual Neutra 48 42,2
Guide Compra 45 33,3
Inter Research Compra 44 30,4
Safra Outperform 56 65,9

O Banco do Brasil espera alcançar um lucro líquido ajustado entre R$ 16 bilhões e R$ 19 bilhões neste ano, com um ROAE (Retorno sobre Patrimônio Líquido Médio) de 13,5%. “Considerando isso, vemos o Banco do Brasil negociando a múltiplos muito baixos, de 5,6 vezes o Preço/Lucro projetado para 2021, e de 0,8 vez o Preço/ Valor Patrimonial de 2021”, dizem os analistas.

Além do preço atrativo, Leo Monteiro, que assina a análise da Ativa, acrescenta que o Banco do Brasil será beneficiado por outro fator neste ano – a cautela na concessão de crédito. “Acreditamos que a composição conservadora de sua carteira de crédito será um diferencial em 2021, quando haverá deterioração no índice de inadimplência nos bancos”, afirma.

Falta muita coisa

Do lado dos céticos, estão a Ágora e o BTG Pactual. Ambos aproveitaram a divulgação do balanço trimestral para reafirmar a recomendação neutra para o Banco do Brasil. “Para uma mudança na recomendação, muito mais do que resultados melhores serão necessários”, dispararam Victor Schabbel e José Cataldo, da Ágora.

André Brandão
O dono da bola: Brandão, presidente do BB, pode mudar o humor do mercado, dizem analistas (Imagem: Wikimedia Commons)

Para a dupla, o fato de a ação ser negociada por múltiplos baixos não é um atrativo, mas um sinal de que os investidores esperam muito mais, antes de irem às compras.

“O mercado espera que mensagens mais fortes sejam transmitidas, provavelmente apontando para cortes de custos mais agressivos ou pelo menos algumas outras iniciativas que possam desbloquear valor de uma forma mais eficaz (apenas vender subsidiárias não deve ser a solução)”, sublinham os analistas da Ágora.

A gestora acrescenta que “a menos que nós e o mercado tenhamos qualquer indicação nesse sentido, é improvável que as ações saiam do nível 0,7vez o Preço/Valor Patrimonial por Ação em que estão sendo negociadas.”

Para Eduardo Rosman, Thomas Peredo e Ricardo Cavalieri, que assinam o relatório do BTG Pactual, se há alguém capaz de deixar o mercado mais simpático ao banco, é o seu CEO, André Brandão. “Será importante vê-lo reiterando a agenda de eficiência, aliada ao plano de vendas/parcerias de ativos (BV e IPO Elo, o que fazer com a Cielo, venda de participação na BB Asset etc.)”, afirmam.

O trio sublinha que “tal mensagem é importante para fazer com que as ações do BB sejam reavaliadas”.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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