Ibovespa Acareação do Banco Master: STF confronta Banco Central e envolvidos em caso bilionário nesta terça (30)
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O Supremo Tribunal Federal (STF) realiza nesta terça-feira (30), às 14h, a acareação no inquérito que investiga irregularidades na tentativa de venda do Banco Master. A audiência coloca frente a frente os principais envolvidos no caso, com foco na atuação do Banco Central na supervisão da instituição e na decisão de sua liquidação extrajudicial.
A acareação, prevista no Código de Processo Penal, é um confronto direto entre pessoas cujos depoimentos divergem, utilizado para esclarecer fatos e eliminar contradições em investigações criminais. No caso do Master, o objetivo é avaliar a atuação do BC, eventuais falhas na supervisão e a cronologia dos alertas internos sobre problemas financeiros e práticas irregulares no banco.
Participam da acareação Daniel Vorcaro, fundador do Master, preso em novembro acusado de fraude na negociação da venda do banco ao BRB e liberado posteriormente com tornozeleira eletrônica; Paulo Henrique Costa, ex-presidente do Banco de Brasília (BRB), suspenso após a investigação e envolvido na tentativa de aquisição dos ativos do Master; e Ailton de Aquino, diretor de Fiscalização do Banco Central, responsável pela supervisão do Master e pela análise das operações do BRB relacionadas à compra.
O caso envolve cerca de R$ 12,2 bilhões em créditos suspeitos registrados pelo Master. A liquidação do banco pelo BC é questionada pelo TCU e pelo próprio STF. A acareação busca esclarecer se o BC agiu corretamente ao negar a venda do banco ao BRB, se a liquidação extrajudicial era a única alternativa viável e se houve falhas individuais na fiscalização e na tomada de decisão.
A audiência ocorre por videoconferência, mas Vorcaro solicitou comparecimento presencial. O STF fará perguntas diretamente aos envolvidos, registrando os depoimentos em vídeo, que permanecerão sob sigilo. O confronto deverá esclarecer alertas internos sobre a saúde financeira do Master, documentos e relatórios do BC que embasaram suas decisões, a participação do ex-presidente do BRB nas negociações e os impactos das operações de crédito suspeitas sobre o sistema financeiro.
O caso remonta a março de 2025, quando o BRB anunciou intenção de adquirir 49% do Master, em operação envolvendo aproximadamente R$ 50 bilhões em ativos, incluindo carteiras de crédito vendidas a investidores de varejo com garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Os títulos do Master eram promovidos como seguros, com cobertura de até R$ 250 mil por investidor e limite máximo de R$ 1 milhão em quatro anos, atraindo bilhões em depósitos e investimentos.
Em setembro de 2025, o Banco Central vetou a transação, citando riscos financeiros e indícios de irregularidades, como créditos fictícios que poderiam comprometer a solidez do banco. Em novembro, a Polícia Federal prendeu Vorcaro e outros executivos, sob acusação de fraude e criação de operações de crédito inexistentes, somando cerca de R$ 12,2 bilhões. No mesmo dia, o BC decretou a liquidação extrajudicial da instituição, decisão que gerou questionamentos do TCU sobre possíveis falhas na supervisão e alternativas menos onerosas para proteger o sistema financeiro.
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