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Acionistas da CBO Oceana Offshore aprovam IPO para crescer onde Eike Batista falhou

04 ago 2020, 9:14 - atualizado em 04 ago 2020, 9:14
Navio da CBO Oceana Offshore
Semelhanças: Oceana atua no apoio logístico ao setor de petróleo, mercado da falida OSX de Eike Batista (Imagem: Divulgação/ Oceana Offshore)

Os acionistas da CBO Oceana Offshore aprovaram, em assembleia realizada nesta segunda-feira (3), a oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da companhia, bem como sua listagem no segmento de maior governança corporativa da B3 (B3SA3), o Novo Mercado.

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Entre os preparativos do IPO, a empresa também foi autorizada a aumentar o capital social das atuais 25,447 milhões de ações ordinárias para 100 milhões de ações. A diretoria recebeu, ainda, o aval dos acionistas para oferecer as ações a investidores estrangeiros.

A Oceana Offshore foi criada em 2011 pelo Fundo de Investimentos em Participações Pátria Infraestrutura, para atuar no setor de logística e apoio a operações de exploração de petróleo em mar aberto e de exploração e produção offshore. As operações são integradas, verticalmente, com um estaleiro.

Paralelos

Neste sentido, a empresa é muito parecida com a finada OSX, fundada em 2009 pelo então empresário pop-star Eike Batista. Assim como a Oceana, a OSX oferecia serviços de apoio a plataformas de petróleo. Como se sabe, em 2013, a companhia pediu recuperação judicial, após a petrolífera OGX, pilar do império de Eike, encontrar menos petróleo que o previsto em seus campos.

Na época, a criação da Oceana foi estimulada pelas perspectivas abertas pela descoberta e desenvolvimento do pré-sal; e pela oportunidade de consolidação do setor de logística petrolífera, já que, naquele momento, o maior operador do país detinha apenas 13% de mercado.

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Em novembro de 2012, o BNDESPar, o braço de participações do BNDES, adquiriu 25% da companhia por meio de um aporte de US$ 60 milhões. Em dezembro de 2013, a Oceana compra a Companhia Brasileira de Offshore (CBO) e o estaleiro Aliança, então pertencentes ao Grupo Fischer. Com a transação, a Vinci Partners passa a integrar seu quadro societário.

Assim, o Pátria passa a deter 40% da Oceana, a Vinci Partners, 40%, e o BNDESPar, os restantes 20%. A Oceana adota, então, o nome “Grupo CBO”.

Desempenho

Em 2019, a empresa obteve lucro líquido de R$ 285,9 milhões, revertendo, assim, o prejuízo de R$ 359 milhões registrados no ano anterior. A receita líquida cresceu 30% e somou R$ 1,1 bilhão. Já o ebitda ajustado foi 42% maior e chegou a R$ 757,9 milhões.

Já no segundo trimestre, o lucro líquido consolidado foi de R$ 86,5 milhões, com queda de 6% sobre igual período do ano passado. A receita líquida, contudo, avançou 22%, para R$ 346,5 milhões. Assim, a rentabilidade foi comprometida pelo aumento de custos e despesas. Ainda assim, o ebitda ajustado foi 30% maior e somou R$ 249,4 milhões.

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A companhia chega às vésperas de seu IPO mais endividada. A dívida bruta subiu 29% entre dezembro de 2019 e junho, estando em R$ 4,7 bilhões. Um dado importante é que a Oceana tem mais dívida de curto prazo (R$ 389,8 milhões) do que caixa e equivalentes (R$ 217 milhões), embora ainda conte com aplicações financeiras restritas de R$ 195 milhões.

De qualquer modo, a dívida líquida avançou 27% em apenas seis meses, chegando a R$ 4,3 bilhões.

Veja a ata da assembleia geral de acionistas.

Veja o fato relevante sobre o IPO.

Veja os resultados do segundo trimestre.

Veja os resultados de 2019.

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Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
marcio.juliboni@moneytimes.com.br
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