Ações da Ambipar (AMBP3) sobem 20% nesta segunda-feira (29); entenda o porquê

As ações da Ambipar (AMBP3) sobem forte nesta segunda-feira (29) e figuram entre as maiores altas da Bolsa de Valores, com valorização de 20% por volta das 14h30 (horário de Brasília).
Os papéis da companhia chegaram a ser negociados a R$ 10,82, após abrirem o dia em R$ 8,69. Acompanhe o Tempo Real.
O movimento ocorre em meio à notícia de que a companhia de gestão de resíduos estaria próxima de contratar a boutique de assessoria Seneca Evercore, segundo fontes ouvidas pela Reuters.
Caso a parceria seja confirmada, a consultoria deve auxiliar a Ambipar na reestruturação de sua dívida. Um grupo de detentores de títulos da empresa também estaria se preparando para negociações.
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Proteção contra credores
Na semana passada, a Ambipar obteve uma liminar que garante proteção judicial contra credores. A decisão suspende cláusulas que poderiam levar ao vencimento antecipado de dívidas — medida que pode anteceder um pedido de recuperação judicial.
Na ocasião, a notícia derrubou as ações da empresa, refletindo preocupações sobre dificuldades de pagamento ligadas a operações com derivativos atrelados a green bonds.
Pouco depois, a agência de risco S&P Global rebaixou a nota de crédito (rating) da empresa de ‘BB-‘ para ‘D’, classificação que equivale a um calote da dívida (default).
Segundo a S&P, a medida é “equivalente a uma reestruturação geral da dívida”, o que justifica a classificação ‘D’.
UBS BB vê ‘ruptura’
Em relatório divulgado nesta segunda-feira (29), o UBS BB colocou a ação em observação e afirmou que a companhia passa por uma ruptura focada na capacidade de gerenciar liquidez e governança, com impacto direto no valor de mercado.
“Após anos de expansão por meio de mais de 70 fusões e aquisições e crescente complexidade financeira, eventos recentes expuseram fragilidades na governança e na solidez do balanço patrimonial”.
Nos cálculos do UBS BB, a Ambipar carregava dívida líquida de cerca de US$ 6,1 bilhões no final de 2024 e uma projeção de dívida líquida/Ebitda de 3,2x para 2025.
Já ao fim do segundo trimestre, o endividamento líquido da empresa somava quase R$ 6 bilhões, com uma alavancagem de 2,56x o Ebitda anualizado do período.