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Ações da Azul (AZUL4) acelera perdas no ano com rebaixamento da Fitch; veja o que diz a agência de risco

25 set 2024, 12:59 - atualizado em 25 set 2024, 17:29
azul
(Imagem: Herbert Pictures/iStock)

As ações da Azul (AZUL4) caíram na maior parte do pregão desta quarta-feira (25), após mais um rebaixamento de classificação de risco. Dessa vez a Fitch cortou o rating dos IDRs (Issuer Default Ratings), que se referem a inadimplência, de longo prazo em moeda estrangeira e local para de “B-” para “CCC”. O rating nacional de longo prazo foi de “BB(bra)” para “CCC(bra)”.

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A Fitch também rebaixou as notas seniores garantidas da Azul Secured Finance LLP para “CCC/RR4” de “B-/RR4” e as notas não garantidas da Azul Investments LLP para “CC/RR6” de “CCC+/RR5”.

Conforme a agência, os rebaixamentos refletem o risco de refinanciamento elevado da Azul e o perfil de fluxo de caixa mais fraco, impacto pela depreciação do real ante o dólar.

“A Fitch acredita que a probabilidade de a empresa conseguir levantar o financiamento necessário para melhorar materialmente sua estrutura de capital e/ou seu perfil de fluxo de caixa neste momento foi reduzida, refletindo um risco de crédito mais compatível com uma classificação ‘CCC'”.

O alcance de uma solução está demorando mais do que a agência esperava inicialmente, além de se mostrar menos amigável em termos de pacote de garantia e custos financeiros, potencializando uma estrutura de capital insustentável.

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As ações da AZUL4 ganharam fôlego na reta final da sessão e terminou as negociações desta quarta-feira (25) com leve alta de 0,20%, a R$ 5,10. Apesar do avanço, os papéis acumulam baixa de mais de 68% no ano.



O que está impacta a Azul?

A Fitch comenta que a desvalorização do real, a perda de receita de cerca de 10% nas operações da Azul no Rio Grande do Sul e o atraso no recebimento de novas aeronaves pressionam a geração de fluxo de caixa operacional durante este ano.

Esses fatores combinados com os altos juros e pagamento de aluguel e capex da companhia resultam em uma geração de fluxo de caixa livre negativa.

Para o segundo semestre, a Fitch estima um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) em torno de R$ 3,3-5,6 bilhões, enquanto o aluguel de arrendamento, juros e capex devem somar R$ 4,1 bilhões.

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A Fitch acredita que a probabilidade de a Azul conseguir levantar o financiamento necessário para financiar sua queima de fluxo de caixa, vencimentos de dívida financeira de curto prazo e recompor suas obrigações de arrendamento em condições sustentáveis foi reduzida desde a última revisão.

Em 30 de junho de 2024, a Azul tinha R$ 1,5 bilhão de dívida no curto prazo, com R$ 1,2 bilhão vencendo no segundo semestre de 2024, e cerca de R$ 1,4 bilhão de caixa prontamente disponível, de acordo com os critérios da agência.

“Conforme estimativas da Fitch, a empresa não será capaz de gerar fluxo de caixa suficiente nem terá liquidez suficiente para cumprir essas obrigações, sem dinheiro novo. A margem de segurança para evitar um processo de default definido pela Fitch diminuiu dada a pressão sobre o fluxo de caixa e as renegociações ainda em andamento, o que é compatível com a categoria de classificação ‘CCC'”.

Fitch se junta a Moody’s e S&P

No início do mês, a S&P Global Ratings cortou a classificação de crédito de emissor em escala global da Azul de B- para CCC+, com perspectiva negativa.

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A mudança leva em conta os resultados da companhia aérea no primeiro semestre mais fracos do que o esperado, ampliando o déficit de fluxo de caixa operacional livre para o ano e enfraquecendo a liquidez.

A agência destaca que a depreciação do real e a redução na capacidade e nos rendimentos prejudicaram os resultados do segundo trimestre da Azul.

Já na última semana, a Azul teve seu rating corporativo rebaixado de Caa1 para Caa2 pela Moody’s. A perspectiva para os emissores também foi alterada de positiva para negativa.

Segundo a agência classificadora de risco, o rebaixamento reflete os resultados mais fracos que a empresa registrou em 2024 e a queima de caixa resultante, o que aumentou os riscos de liquidez.

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
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