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Ações da MRV (MRVE3) caem após balanço do 4T23 ‘fraco’; analistas veem recuperação, mas subsidiárias preocupam

01 mar 2024, 14:55 - atualizado em 01 mar 2024, 14:55
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Ações da MRV recuam após os resultados do 4T23, com menos prejuízo e melhora de margens impulsionada por incorporação (Foto: Flávya Pereira/Money Times)

As ações da MRV&Co (MRVE3) abriram o pregão desta sexta-feira (01) em forte queda, de mais de 5%, com o mercado financeiro reagindo negativamente aos resultados financeiros do quarto trimestre de 2023.

No entanto, por volta das 14h55 (de Brasília), os papéis reduziram drasticamente a queda para 0,7%, cotados perto de R$ 7,60. Porém, parece que investidores já esperavam por resultados “mais fracos”, segundo analistas, já as ações recuam pelo terceiro dia seguido.

Com isso, MRVE3 caminha para fechar a semana em queda. Enquanto fechou fevereiro com perdas de 3,3%. Desta forma, os papéis despencam mais de 30% no acumulado de 2024.

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Mercado analisa MRV com lupa

Mesmo que a construtora e incorporadora mineira tenha reduzido o prejuízo, elevado receitas e margens entre outubro e dezembro, boa parte dos analistas de bancos e corretoras consideraram os números como “fracos”.

Os analistas da Genial Investimentos, Luís Assis e Guilherme Vianna, comentam que os resultados não foram tão animadores.

Segundo eles, do lado positivo, a operação de incorporação no Brasil mostra que caminha na direção certa, com rentabilidade voltando ao patamar histórico e mostram uma clara recuperação.

Nova pedra no sapato? Subsidiárias preocupam

Entretanto, o lado negativo foi as três principais subsidiárias Urba, Luggo e a norte-americana Resia, que corroeram os resultados contábeis, apesar de um efeito neutro na geração de caixa.

“Até hoje, nunca vimos o potencial da companhia consolidada quando todas as subsidiárias entregam resultados positivos ao mesmo tempo”, dizem Assis e Vianna. Diante disse, a Genial espera que 2024 “seja decente” para as operações da MRV no Brasil. Porém, ainda ruim para a Resia.

“Quiçá em 2025 veremos uma conjunção das subsidiárias, com manutenção de margens saudáveis nas operações do Brasil e queda do cap rate dos imóveis residenciais nos Estados Unidos“, avaliam.

Os analistas do banco Safra, Rafael Rehder, Luiza Mussi e Luiz Peçanha, reforçam que o balanço do quarto trimestre foi fraco, no qual grande parte dos números ficaram abaixo de suas estimativas.

Para eles, a recuperação da construtora e incorporadora continua, à medida que a margem mais alta de novas vendas e menor reconhecimento de ações de projetos lançados antes do segundo semestre de 2022 continuam impulsionando a margem bruta para níveis mais elevados.

Contudo, eles ressaltam que os resultados piores do que o esperado das suas subsidiárias corrobora para reação negativa do mercado.

A Genial tem recomendação de compra para as ações da MRV, com preço-alvo de R$ 15. Ou seja, com potencial de quase 100% de valorização. O Safra também recomenda compra, mas tem preço-alvo de R$ 11,80, com potencial de 55% de valorização.

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Para o BBA, nem tudo está ruim quanto parece

Por outro lado, o analista de real estate do Itaú BBA, Daniel Gasparete, avalia que os resultados corroboram para a percepção de que a recuperação da gigante de construção civil está no caminho certo.

Principalmente, em razão da melhora contínua da margem bruta e do valor bruto das margens de novas vendas.
Além disso, o analista vê espaço para melhores desempenhos de Urba e Luggo, que pressionaram o resultado consolidado de MRV&Co.

“No geral, o resultado do quarto trimestre nos deixa confiantes em MRVE3. Vemos a empresa como uma boa escolha para investidores dispostos a assumir mais riscos em busca de retornos mais elevados”, pondera Gasparete.

A recomendação do BBA é de compra, com preço-alvo de R$ 12.

Tombo de MRVE3 no ano preocupa; BTG deve revisar números

Como os demais analistas,  Elvis Credendio e Gustavo Cambauva, do BTG Pactual, destacam que os resultados ficaram abaixo das expectativas em todos os aspectos.

Segundo eles, os números de lançamentos e vendas foram razoáveis. Contudo, o indicador de lucros e perdas (P&L) da companhia ainda sofre com os projetos lançados entre 2021 e 2022. “Desde que a MRV adiou a construção desses projetos, continuará prejudicando o P&L por um tempo”, acrescentam.

Entretanto, a equipe do BTG chama a atenção para a forte queda das ações da MRV no acumulado do ano, de 32% até o fechamento de ontem (29). Para eles, é um desempenho inferior enorme aos seu pares.

“Pensamos que a falta de visibilidade sobre a recuperação da empresa e a fraca capacidade de curto prazo na dinâmica dos lucros impede uma recuperação das ações”, comentam.

Diante disso, o BTG planeja revisar os números da MRV em breve. O banco tem recomendação de compra e preço-alvo de R$ 17 por ação.

Repórter
Jornalista mineira com experiência em TV, rádio, agência de notícias e sites na cobertura de mercado financeiro, empresas, agronegócio e entretenimento. Antes do Money Times, passou pelo Valor Econômico, Agência CMA, Canal Rural, RIT TV e outros.
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