Mercados

Ações da Petrobras (PETR4) implodem: Veja o que fazer com os papéis da empresa

08 mar 2024, 11:18 - atualizado em 08 mar 2024, 11:18
Petrobras dividendos ações
Petrobras decepciona o mercado ao não anunciar o pagamento de dividendos extraordinários; ações estão em leilão. (Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino/Arquivo)

As ações da Petrobras (PETR3;PETR4) começaram o pregão em leilão após desabarem em torno de 10% nesta sexta-feira (08), após a notícia de que a empresa não pagaria dividendos extraordinários.

Segundo o balanço divulgado ontem, a estatal encerrou o quarto trimestre de 2023 com lucro líquido de R$ 31 bilhões, queda de 28% em relação ao mesmo período de 2022.

Além de os números ficarem abaixo do esperado pelo mercado, a empresa propôs o pagamento de mais R$ 14,2 bilhões em dividendos. No entanto, deixou outros R$ 43,9 bi na reserva. Esse valor poderá ser utilizado para pagamento de dividendos, juros sobre capital próprio, recompras de ações, absorção de prejuízos e incorporação ao capital social.

  • [HOJE ÀS 12H – Transmissão especial] Ruy Hungria, analista da Empiricus Research, e João Piccioni, CIO da Empiricus Gestão, discutem a Petrobras (PETR4) e respondem o que você deve fazer com a ação, após a divulgação do balanço do 4T23. Assista gratuitamente.

“Os resultados divulgados pela Petrobras ontem à noite foram decepcionantes e devem impactar negativamente o Ibovespa hoje, marcando uma questão sistêmica significativa para o mercado”, afirma Matheus Spiess, estrategista da Empiricus.

Segundo ele, a grande questão gira em torno da ausência de dividendos extraordinários, contrariando as expectativas que variavam entre R$ 4 bilhões e R$ 8 bilhões.

“É vital mencionar que a empresa ainda distribuirá dividendos ordinários, correspondendo a 45% do fluxo de caixa livre, totalizando R$ 14,2 bilhões aos acionistas. Isso se traduz em um pagamento de R$ 1,09 por ação ordinária e preferencial, dividido em duas parcelas iguais de R$ 0,549 nos meses de maio e junho”, completa.

Mateus Haag, da Guide Investimentos, também destaca a reação negativa por conta do fraco desempenho operacional e pela frustação de não distribuição de dividendos extraordinários.

“As refinarias seguem perdendo eficiência mesmo com aumento do Capex do segmento. O endividamento aumentou levemente, mas ainda abaixo dos US$ 65 bilhões que impediriam distribuições de dividendos”, disse em relatório.

Reação do mercado: Veja o que fazer com as ações da Petrobras

A Ágora Investimentos aponta que a decisão em relação aos dividendos traz incerteza à atual política da Petrobras, que era muito clara anteriormente. Com isso, a corretora rebaixou a sua recomendação para neutra, reduzindo o preço-alvo para R$ 41,00.

“Estamos reduzindo nossa premissa de US$ 5 bilhões/ano para dividendos extraordinários para US$ 2 bilhões/ano (além dos pagamentos mínimos de US$ 9,6 bilhões para o restante de 2024 e US$ 7,8 bilhões para 2025), o que traria o rendimento de dividendos restante esperado da Petrobras para 2024 para 9% e para 2025 para 9% também, caindo de 12% (com potencial downside adicional, em nossa opinião)”, diz.

Os analistas afirmam que, do ponto de vista dos investidores, os fluxos poderão afastar-se da Petrobras para as empresas petrolíferas chinesas (PetroChina, Sinopec), dada a recente reviravolta na disciplina de capital e nos fortes programas de recompra, e também para a Aramco numa potencial oferta secundária.

Já a Genial Investimentos avalia os resultados da Petrobras como neutros e segue com a recomendação de manter as ações.

“Ainda que abaixo do consenso, é importante mencionar que o resultado trimestral foi puxado para baixo devido a um evento não-recorrente e não-caixa de valor expressivo: R$7,4 bilhões. Excluindo esse feito não-recorrente, o EBITDA no 4T23 teria sido de R$74,3 bilhões, em linha com a estimativa”, diz Vitor Sousa, analista da Genial.

O Bradesco BBI também rebaixou a recomendação para neutra, já que os dividendos não são mais vistos como atraentes. “Reduzimos nosso TP para US$ 17/ADR (R$ 41/sh) de US$ 20/ADR (R$ 48/sh) com base em um rendimento de dividendos justo de 12% para os próximos cinco anos”, diz em relatório.

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Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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