BusinessTimes

Ação da Stone dispara mais de 40%; projeções animam, apesar de desconfiança

18 mar 2022, 11:05 - atualizado em 18 mar 2022, 14:45
Stone
A Stone disse que o volume total de pagamentos cresceu para 89 bilhões de reais no quarto trimestre, de 64,4 bilhões um ano antes (Imagem: Facebook/Stone)

As ações StoneCo (STNE) disparavam nesta sexta-feira, após números operacionais do quarto trimestre e de estimativas para este ano consideradas positivas por analistas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Por volta de 14h (horário de Brasília), os papéis da companhia de meios de pagamento saltavam 42%, cotadas a 13,47 dólares, nas máximas em mais de um mês.

A Stone teve queda de mais de 90% no lucro ajustado do quarto trimestre sobre um ano antes, a 33,7 milhões de reais, pior do que a maioria das estimativas de analistas.

A reação positiva do mercado está mais relacionada às perspectivas. Daniel Federle e Victor Ricciuti, do Credit Suisse, viram projeções de um primeiro trimestre de 2022 “muito melhor”, “dando o tom para o que vem pela frente”, segundo relatório a clientes.

Entre os destaques das estimativas divulgadas pela Stone está a expectativa de crescimento de receita em até 119% no primeiro trimestre sobre um ano antes. Já a alta no volume total de pagamentos processados com pequenos e médios negócios e micro comerciantes é estimada em até 83%.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O BTG Pactual mencionou que o resultado foi divulgado próximo ao fim do atual trimestre, o que possibilitou à empresa “anunciar importantes projeções para o período, em que aponta para grande aumento de tarifas (take rate) e elevação de rentabilidade na comparação trimestral”, segundo relatório assinado por analistas, incluindo Eduardo Rosman.

A Stone também afirmou no balanço que espera uma evolução de margens em 2022, após ajuste na política de preços em novembro. Além disso, fez uma mea-culpa ao dizer ter “aprendido com os desafios do ano passado e, claro, corrigido”.

“Uma mudança digna de nota para nós foi a modificação de comportamento da administração, agora declarando sua expectativa de evolução nas margens”, escreveram analistas do JPMorgan liderados por Domingos Falavina.

O resultado financeiro da Stone foi considerado abaixo das já baixas expectativas, mas além das perspectivas para 2022, alguns números operacionais animaram.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Um ponto em comum de destaque foi o salto de 87% sobre o desempenho do quarto trimestre de 2020 na receita trimestral, para 1,87 bilhão de reais, além da alta de 54,5% dos pagamentos processados (sem contabilizar efeitos do auxilio emergencial).

Analistas do Citi elevaram a recomendação da ação de ‘neutra’ para ‘compra’ após o balanço.

“Os resultados ainda refletem um cenário desafiador, mas acreditamos que há sinais de um futuro levemente melhor do que o mercado espera”, escreveu a equipe de Gabriel Gusan.

Recuperação e desconfiança

Até o fechamento da véspera, os papéis da Stone tinham acumulado queda de 43% neste ano, em meio a uma liquidação das ações de tecnologia nos últimos meses, dada a expectativa de alta de juros nos EUA e fracos resultados corporativos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A ação de PagSeguro, rival da Stone, avançava 21,7% na sessão. Além da influência dos resultados da rival, o papel beneficiava-se de pregão positivo para o setor.

Apesar das visões mais positivas sobre a Stone, analistas seguem, em geral, cautelosos.

“Reconquistar a confiança dos investidores demanda tempo, mas melhores resultados no primeiro trimestre podem ser um primeiro passo para uma recuperação”, escreveram analistas do BTG Pactual, que têm recomendação ‘neutra.

O Bank of America, em relatório de Mario Pierry e equipe, resumiu: “Dados os recentes deslizes, nós achamos que a Stone virou um caso de ‘mostre-me’ (os resultados)”. A casa manteve recomendação ‘neutra’.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

(Atualizada às 14:45)

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Compartilhar

A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
reuters@moneytimes.com.br
A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.