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Suzano (SUZB3) aumenta preço da celulose e analistas enxergam “alívio” para margens; ações sobem

22 ago 2025, 11:39 - atualizado em 22 ago 2025, 11:39
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(Foto: Divulgação)

As ações da Suzano (SUZB3) sobem nesta sexta-feira (22), na esteira do anúncio de que a companhia vai elevar os preços da celulose em setembro. Às 11h, o papel ordinário da companhia subia 2,60%, negociado a R$ 53,65.

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Analistas do BTG Pactual destacam que o reajuste vai permitir uma leve melhora da rentabilidade. No segundo trimestre de 2025 (2T25), a companhia de celulose trouxe uma margem Ebitda de 52%, contra 60% um ano antes — e isso após já ter, no começo do ano, realizado uma série de reajustes.

Foi o  segundo aumento de US$ 20 por tonelada na China e na Ásia, após movimento semelhante dias atrás (elevando os preços para US$ 530-540 por tonelada), e um aumento mais expressivo, de US$ 80 por tonelada, na Europa e na América do Norte, onde os preços vinham caindo desde maio.

“A companhia está mirando um preço de lista de US$ 1.080/t na Europa, enquanto manteve a referência para a América do Norte em sigilo”, fala o time do BTG Pactual, encabeçado por Leonardo Correa. “Embora o mercado não esperasse movimentos tão agressivos em tão curto espaço de tempo, acreditamos que há sinais claros de que os preços atingiram o fundo do poço”.

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O time do banco, no entanto, afirma que a implementação dos reajustes enfrentará desafios.

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O BTG, já há algum tempo, vem falando que o preço da celulose, próximos a US$ 500 a tonelada na China, deixava 20% da capacidade mundial no vermelho. Até mesmo os líderes do setor, como a Suzano, estavam gerando retornos baixos, sem criar valor para os acionistas.

“Não antecipemos uma recuperação em ‘V’, dado o excesso de oferta e as taxas de operação ainda abaixo de 90%, mas vemos uma janela para que os produtores recomponham a rentabilidade a partir de níveis extremamente dolorosos”, diz o time.

O grande teste, para o BTG, será verificar se os preços de revenda na China vão sinalizar uma reversão de sentimento.

“Em linha com o ambiente global mais pressionado, a Suzano já havia comunicado a decisão de operar abaixo de sua capacidade nominal nos próximos doze meses, reduzindo a produção de celulose de mercado em 3,5% no ano, em um contexto ainda marcado por incertezas macroeconômicas e excesso de estoques”, expõe a Genial Investimentos.

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Para o time de corretora, os cortes de produção criam condições para maior equilíbrio entre oferta e demanda, o que abre espaço para reajustes de preços.

“Entendemos que a medida deve proteger a rentabilidade da companhia e pode estimular demais players a seguirem a mesma direção, reforçando o processo de normalização do mercado global de celulose”, diz a Genial.

O BTG Pactual tem recomendação de compra para a Suzano, com preço-alvo em R$ 73. A Genial também recomenda a compra, com alvo em R$ 63,50.

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vitor.azevedo@moneytimes.com.br