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Ações de elétricas sentem peso de crise hídrica, mas dividendos podem minimizar pressão

19 set 2021, 14:09 - atualizado em 19 set 2021, 14:09
Energia Elétrica
O Credit Suisse espera que a atual situação hidrológica no país continue levando os preços da conta de luz para cima e empurrando o GSF (Generation Scaling Factor – risco hidrológico) para baixo, ao menos até a próxima temporada de chuvas (Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)

Investidores continuam muito preocupados com a crise hídrica, o potencial cenário de racionamento e suas implicações em um ano de eleições presidenciais no Brasil, destacou o Credit Suisse, em relatório divulgado na segunda-feira.

O banco espera que a atual situação hidrológica continue levando os preços da conta de luz para cima e empurrando o GSF (Generation Scaling Factor – risco hidrológico) para baixo, ao menos até a próxima temporada de chuvas, quando o mercado terá mais claridade sobre a extensão do impacto da crise.

O aumento das tarifas e – considerando o panorama macro – das taxas de juros foi somado à pilha de pontos negativos para as empresas de utilidades básicas.

No entanto, as perspectivas de longo prazo dos analistas, que pendem mais para o lado positivo, permanecem intactas. Durante uma conferência realizada pelo Credit Suisse, companhias do setor (Neoenergia [NEOE3], Equatorial [EQTL3], Eletrobras [ELET3], Orizon [ORVR3] e Sabesp [SBSP3]) sinalizaram oportunidades de crescimento tanto via projetos brownfield (existentes) quanto greenfield (novos), apesar do alto nível de competição em alguns segmentos.

As empresas devem aproveitar as oportunidades de eventos importantes, como os novos leilões de energia que estão sendo planejados pelo governo (CELG-T, CEEEG e, no caso de saneamento, o bloco 3 da Cedae).

No segmento de distribuição de energia, o Credit Suisse ainda enxerga um ritmo forte de crescimento da demanda, mesmo dentro do cenário de alta de tarifas.

Desconto exagerado?

Torneira Água Saneamento
Para muitos investidores, a performance das ações das empresas elétricas e de saneamento já precificam boa parte dos fatores negativos e, por isso, os descontos são “exagerados” para alguns casos (Imagem: Unsplash/@luis_tosta)

O Credit Suisse destacou que, nos preços atuais, muitos investidores reconheceram que a performance abaixo do esperado das ações das empresas elétricas e de saneamento já precificam muitos fatores negativos e, por isso, enxergam os descontos como “exagerados” para alguns casos.

“Ainda assim, os investidores parecem estar focando em diferentes setores no momento”, acrescentaram os analistas do Credit Suisse Carolina Carneiro e Rafael Nagano.

O banco acha que um conjunto formado por resultados operacionais sólidos no terceiro trimestre, pagamento de dividendos extraordinários, proteção de margens e percepção de risco regulatório mais baixa pode ajudar a reverter parte da performance abaixo do esperado.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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