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Ações de valor ou de crescimento: quais comprar agora?

13 abr 2021, 12:47 - atualizado em 13 abr 2021, 13:06
Mercados
“Podemos estar em um ponto de inflexão mais significativo do que historicamente foram apenas pausas que reverteram”, aponta o JPMorgan (Imagem: Unsplash/ Mohammadreza alidoost)

Os mercados globais podem ter atingido um ponto de inflexão: ações de valor devem mostrar desempenho superior aos papéis de crescimento por um período significativo, segundo Marko Kolanovic, estrategista-chefe de mercados globais do JPMorgan Chase.

A retomada das ações de valor impulsionada pela recuperação do abalo da pandemia, queda da volatilidade e apoio da política fiscal e monetária deve durar algum tempo com a atuação de vários fatores no sistema, disse Kolanovic em entrevista. Isso poderia levar a uma mudança do investimento de longo prazo com foco mais cíclico e reflacionário, disse.

“Podemos estar em um ponto de inflexão mais significativo do que historicamente foram apenas pausas que reverteram ao estilo de investimento em crescimento”, disse Kolanovic, de Nova York, em 9 de abril.

“Achamos que essa recuperação pode durar mais e ser mais profunda, com maior impacto nos estilos dos investidores e fluxos do que as pessoas apreciam.”

JPMorgan
O debate valor versus crescimento é um dos tópicos mais polêmicos na comunidade estrategista global (Imagem: Unsplash/ Matthew Foulds)

O debate valor versus crescimento é um dos tópicos mais polêmicos na comunidade estrategista global, especialmente desde que a aposta de reflação, que impulsionou ações de valor, perdeu força recentemente.

Nas fases anteriores do mercado, havia uma coesão atípica de visões em torno de ativos seguros, como o ouro e a estratégia defensiva do “segmento fique em casa”, seguida por apostas em empresas cíclicas e uma curva de juros cada vez mais inclinada. Essa era mais previsível parece ter acabado.

Mais otimista

Além de favorecer ações de valor, o JPMorgan está entre os bancos mais otimistas de Wall Street. A empresa tem uma meta de final de ano para o S&P 500 de 4.400 pontos, em comparação com a previsão mediana de 4.100 de pesquisa da Bloomberg, e com o fechamento do índice na segunda-feira em 4.127,99.

“Os fundamentos estão melhorando, temos estímulo e política monetária de apoio, e agora o declínio do VIX, aos poucos, ajudará os fluxos”, disse Kolanovic, em referência ao índice de volatilidade.

Logo do Bank of America (BofA) em Nova York
Estrategistas do BofA alertaram sobre “retornos anêmicos à frente”, em relatório neste mês (Imagem: REUTERS/Carlo Allegri)

Existem muitos pessimistas. O Bank of America e o Citigroup projetam que o S&P 500 cairá para 3.800 pontos no final de dezembro.

Estrategistas do BofA liderados por Savita Subramanian alertaram sobre “retornos anêmicos à frente”, em relatório neste mês, enquanto uma equipe do Citi liderada por Tobias Levkovich cita aspectos negativos como preços altos das ações e a possibilidade de o Federal Reserve reverter o estímulo ainda este ano.

Embora rendimentos mais altos dos títulos do Tesouro dos EUA tenham ajudado ativos de valor, é improvável que se tornem um fator negativo para as ações até que o título de 10 anos atinja 2,50%, disse Kolanovic. O chamado yield de referência subiu para 1,77% no final de março, o maior nível desde janeiro de 2020, mas desde então recuou para cerca de 1,70%.

No longo prazo, Kolanovic disse que a liderança entre mercados acionários globais pode migrar dos EUA para relativos retardatários no final deste ano.

“Como os EUA estão à frente na recuperação do coronavírus, é provavelmente mais forte agora, mas, na segunda metade do ano”, Europa, Japão e mercados emergentes pode mostrar melhor desempenho, afirmou.

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