Ações do setor elétrico caem em bloco; o que impacta os papéis hoje (11)?

As ações do setor elétrico operaram em queda nesta quarta-feira (11) após a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovar a redução dos valores pagos às transmissoras de energia relacionados à Rede Básica do Sistema Existente (RBSE).
A decisão, que retira cerca de R$ 5,6 bilhões em indenizações até 2028, gerou forte reação negativa nas ações das companhias do setor, com destaque para Equatorial (EQTL3), que liderou as perdas do setor com recuo de 1,26%, a R$ 35,95.
A medida, que impacta diretamente os fluxos de caixa das empresas, foi vista pelo mercado como um revés para a rentabilidade futura das transmissoras.
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Confira as maiores quedas entre as elétricas:
- Equatorial (EQTL3): -0,03%, a R$ 36,40
- Auren (AURE3): -1,50%, a R$ 9,83
- Eletrobras (ELET3): -0,12%, a R$ 41,19
- Energisa (ENGI11) : -0,56%, a R$ 46,35
- Copel (CPLE6): -0,32%, a R$ 12,37
- ISA Cteep (ISAE4): 0,00%, a R$ 23,11
- Taesa (TAEE11): -0,50%, a R$ 34,01
- CPFL Energia (CPFE3): -0,07%, a R$ 40,26
Do setor, apenas Cemig (CMIG4) e Engie Brasil (ENGI3) encerraram a sessão em alta. CMIG4 subiu 0,29%, a R$ 10,38 e ENGI3 fechou com avanço de 1,81%, a R$ 12,35.
O que está por trás da decisão
Em reunião pública, a Aneel optou por aplicar parcialmente a metodologia sugerida na Nota Técnica 85/2023, definindo o reperfilamento dos pagamentos da RBSE com parcelas constantes entre julho de 2025 e julho de 2028. A resolução adotou o chamado “cenário 1”, que prevê uma redução tarifária inicial maior, seguida de pagamentos uniformes nos anos seguintes.
A nova fórmula de cálculo reduz em R$ 5,6 bilhões o total a ser pago às transmissoras — dos quais R$ 4 bilhões afetam diretamente a Eletrobras, por meio de suas subsidiárias (Furnas, Chesf, Eletronorte e Eletrosul), e R$ 1 bilhão impacta a ISA Energia. Copel, Cemig e outras empresas também foram afetadas, ainda que em menor escala.
Como o mercado avaliou
Para a Ativa Investimentos, o impacto da decisão é negativo para os fluxos de caixa das companhias, especialmente ISA Energia e Eletrobras, mas ajuda a encerrar um risco regulatório que se arrasta desde a edição da MP 579, em 2012.
“Vemos a postura da Aneel como equilibrada, contribuindo para a previsibilidade regulatória do setor. Os efeitos sobre os valuations são marginais”, afirmaram os analistas em relatório, destacando que seguem com uma perspectiva “construtiva” com Eletrobras e Copel, ambas sob cobertura da casa.
Já a XP Investimentos teve uma leitura mais positiva sobre o acordo final. A corretora destacou que o desfecho ficou acima do cenário base considerado anteriormente, que projetava uma redução ainda maior nos valores, e eliminou um risco de baixa adicional.
A XP estima que a medida represente um upside de 4% no valor justo da ISA Energia e 2% para a Eletrobras. Cemig e Copel também são citadas como impactadas, mas com menor relevância nos modelos da corretora.
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