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Ações pagadoras de dividendos e com múltiplos baixos são a aposta de Henrique Bredda, gestor da Alaska, para os próximos anos

13 jul 2021, 15:36 - atualizado em 15 jul 2021, 14:11
(Imagem: Reprodução/Linkedin Henrique Bredda)

Aquilo que falta no mercado é o que o investidor está em busca. Partindo desse princípio, Henrique Bredda, gestor da Alaska Asset Management, define a posição de seus investimentos. Conhecido por seus excelentes resultados ao longo do tempo, Bredda argumentou que vivemos um momento de “troca de ciclo”, favorável às empresas mais atreladas ao desempenho geral da economia, como setores tradicionais.

“Companhias de growth [potencial de crescimento] e de value [fluxos de caixa mais consolidados] costumam alternar épocas de boa performance. A década passada foi muito boa para empresas que não dependem tanto do PIB ou de fatores externos, como Google e Amazon. Mas, desde o ano passado, entendemos que o ciclo ia mudar e favorecer empresas mais tradicionais e de commodities”, explicou Bredda, durante participação no podcast RadioCash, da Empiricus.

Para defender sua tese de mudança de ciclo, Bredda citou o conceito de escassez e argumentou que, conforme o termômetro do mercado mundial muda, as expectativas dos investidores também se modificam.

“O investidor busca o que está em falta no mercado, aquilo que é escasso. Quando quase  ninguém cresce [momentos de crise e instabilidade], o crescimento é valorizado. Já quando a economia vai bem e se recupera, o crescimento já não é nada tão especial, e aí a tendência é a de que as ações com uma melhor relação preço/lucro passem a ser mais procuradas”, avaliou.

Essa visão levou o fundo comandado por Bredda, que cresceu muito com a alta de Magazine Luiza (MGLU3), a se desfazer de quase toda sua posição na varejista para investir em Petrobras (PETR4), Vale (VALE3), Cosan (CSAN3), Suzano (SUZB3), entre outras que ele considera “baratas” diante de sua capacidade de geração de caixa.

O programa em áudio, disponível nas principais plataformas de streaming, contou com a mediação do estrategista-chefe da Empiricus, Felipe Miranda, e do CIO da Vitreo, George Waschmann. Você pode dar o play no card abaixo e ouvi-lo integralmente:

Limitação de riscos

Como não poderia deixar de ser, a pandemia ocupou um espaço central no debate entre os três especialistas. Bredda comentou que, em toda sua trajetória no mercado, nunca viu algo como o impacto da Covid-19.

“Foi tudo muito violento e rápido. Quedas bruscas fazem parte de quem investe em ações, mas perdas da ordem de 50% em 15 dias foi algo bem novo, nem durante o confisco da poupança aconteceu isso”, analisou.

O gestor conta que, depois do impacto da crise, a Alaska passou a limitar suas perdas com estratégias que envolvem opções a serem exercidas em cenários de estresse.

Conforme a conversa foi se desenrolando, Bredda tocou em diversos pontos ligados ao mundo dos investimentos, como a influência da crise nas grandes empresas, a onda de IPOs, a demanda reprimida do consumo, sua atuação em conselhos de administração e até mesmo em sua influência na internet e seus cuidados para não ser visto como um “guru” de investimentos.

Por fim, ele deixou um recado ao investidor que se deixa tomar pela empolgação: “Toda vez que estiver muito convencido, cuidado com o que seu estômago está pedindo”.

Clique no play abaixo e confira o programa na íntegra:

 

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