Internacional

Acordo EUA-Merck destaca necessidade de terapias para Covid-19

26 dez 2020, 15:03 - atualizado em 23 dez 2020, 14:51
Vacinas Coronavírus
A terapia intravenosa ainda não recebeu autorização de uso emergencial ou aprovação da FDA, que regula fármacos e alimentos nos EUA (Imagem: Reuters/Jennifer Gauthier)

O governo dos Estados Unidos fechou um acordo de US$ 356 milhões com a Merck & CO. para receber dezenas de milhares de doses de um tratamento experimental para casos graves de Covid-19. O contrato aumenta o arsenal de possíveis terapias justo quando uma campanha de imunização em massa está em andamento no país.

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Sob o acordo, a Operação Warp Speed, programa que supervisiona terapias e vacinas contra o coronavírus, vai financiar a fabricação e garantir o fornecimento de 60 mil a 100 mil doses do medicamento MK-7110 até o final de junho.

A terapia intravenosa ainda não recebeu autorização de uso emergencial ou aprovação da FDA, que regula fármacos e alimentos nos EUA.

Em estudo provisório, a terapia melhorou significativamente a probabilidade e a velocidade de recuperação de pacientes graves e críticos com Covid-19 que precisavam de oxigênio, reduzindo os riscos de insuficiência respiratória e morte em mais de 50%. As doses serão distribuídas assim que a FDA liberar o medicamento para uso.

Os EUA autorizaram e iniciaram a distribuição de duas vacinas contra o coronavírus, mas o aumento contínuo de casos destacou a necessidade de mais opções de tratamento.

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Os EUA registraram uma média de cerca de 214 mil novos casos diários nos últimos sete dias, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins. Na terça-feira, o país registrou mais de 3 mil mortes.

“Mesmo com as melhores vacinas, ainda vemos o surgimento de doenças”, disse o diretor de marketing da Merck, Michael Nally, em entrevista na terça-feira, antes de o acordo ser anunciado. A empresa, que também tem duas vacinas em desenvolvimento, acredita que a “terapêutica terá utilidade por muito tempo neste caso”, disse.

“No final das contas, haverá muitas pessoas desprotegidas até 2021 no mundo todo, e precisamos de outras intervenções para aliviar a dor e o sofrimento desta pandemia”, disse Nally.

A Bloomberg havia informado sobre as negociações dos EUA com a Merck em 9 de dezembro.

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A Merck incluiu o MK-7110 em seu portfólio com a aquisição em novembro da empresa de biotecnologia de capital fechado OncoImmune, por US$ 425 milhões. A OncoImmune, com sede em Rockville, Maryland, desenvolveu o medicamento para tratar doenças autoimunes e inflamação.

A Merck investe para expandir a capacidade de produção e aumentar o fornecimento do MK-7110, disse Nally, dentro da empresa e com ajuda externa. Ele disse que o tratamento é complexo e difícil de produzir em grande escala.

A Merck também desenvolve uma terapia antiviral com pílulas para pacientes de Covid-19 em estágios iniciais da doença. Chamado de molnupiravir, o medicamento foi descoberto por cientistas da Universidade Emory e está sob testes em estágio final.

A Merck e a parceira Ridgeback Biotherapeutics esperam divulgar dados no início do próximo ano e solicitar autorização regulatória logo em seguida, disse Nally.

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bloomberg@moneytimes.com.br