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Açúcar deve conviver com preços baixos com maiores estoques e retomada de vendas pela Índia, diz StoneX

14 jan 2025, 16:27 - atualizado em 14 jan 2025, 16:27
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(Foto: iStock.com/Dmitrii Kalashnikov)

O mercado de açúcar deve contar com um superávit de 2,1 milhões de toneladas (valor bruto) no balanço entre oferta e demanda no ciclo 2024/25 (out-set), segundo a StoneX.

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O saldo superavitário acontecerá pela terceira temporada seguida, após uma safra 2023/24 cuja relação estoque/uso subiu 2 pontos percentuais, para 40,1%.

De acordo com a consultoria, quando essa relação supera os 40%, o mercado de açúcar tende a ter queda nos preços, respondendo à construção de estoques globais. Os preços do açúcar nos contratos para março de 2025 fecharam com queda de 3,28% nesta terça, em US$ 0,1828 por libra-peso, que representa cerca de 450 gramas.

“Para 2024/25, o crescimento de estoques impulsiona o sentimento de queda nos preços carregado de 2024, em especial pelo caráter dessa recuperação que propicia aumento de oferta do açúcar branco em regiões-chave, com destaque para Europa e Ásia”, veem os analistas.

Segundo eles, 2025 terá a comunhão entre fatores benéficos para o açúcar bruto, seja pelo aumento produtivo asiático e manutenção do superávit da Europa, seja pela contínua oferta brasileira para exportações.

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A expectativa é de que as vendas externas brasileiras não devam renovar o recorde de 2024, mas ainda seguirão com excelentes fluxos no período de pico da safra e dos embarques – de maio até outubro.

Índia coloca pressão de queda no açúcar

O governo da Índia deve decidir por flexibilizar as restrições nas exportações de açúcar que perduraram durante 2023/2024, e já se fala em uma cota para embarques de 1 milhão de toneladas, o que deve ser mais um fator de pressão sobre os preços internacionais.

Na avaliação da StoneX, a Índia passará a exportar ao menos 1 milhão de toneladas em 2024/2025, em um cenário de excesso de estoques no país, em que o consumo foi cortado em 1 milhão de toneladas pelo menor ritmo de demanda mensal até o momento.

“Antecipamos também que a decisão poderia vir já no início de 2025, para que as usinas indianas pudessem aproveitar melhores preços. Foi salientado o tamanho do impacto baixista que essa decisão poderia trazer, aliada aos demais fundamentos de mercado que mostravam a tendência mais otimista para o superávit de açúcar em ambiente global”.

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Chuvas animam Centro-Sul para 2025/2026

No início de 2024, o mercado começava a lançar suas estimativas para 2025/26 (abr-mar) no CS. Vislumbrando a seca da entressafra 2023/24 e baixa renovação dos canaviais em 2023 e 2024, o ponto de partida no próximo ciclo teoricamente viria baixo.

As queimadas, por sua vez, pioraram o contexto, ao passo que a área de replantio poderia superar os 200 mil hectares. O que pouco se esperava eram as chuvas, que se recuperaram de forma robusta em novembro e dezembro, com altas de 16% e 2% frente à média de 10 anos, respectivamente.

A responsividade dos canaviais, por sua vez, tem sido bem positiva, e os índices de saúde da vegetação, como o NDVI, vêm melhorando vertiginosamente – saindo de próximo das mínimas em setembro/outubro para dentro da média no final de 2024.

Com uma moagem, por sua vez, que tende a uma queda mais branda (e menos catastrófica), 2025/26 tende a uma recuperação para o açúcar.

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Se em 2024 o setor canavieiro do Brasil conviveu com obstáculos trazidos pelo aumento de açúcares redutores, 2025 deve ter melhora, ao passo que o clima mais chuvoso, apesar de diminuir o ATR, traz um canavial mais saudável e, assim, o caminho para a maximização do mix açucareiro em 2025/26 estará livre.

A produção de açúcar em 2025/26, considerando a moagem estimada em novembro/24 (593 milhões de toneladas), tem potencial para crescer levemente, para 40,6 milhões de toneladas (+1,8%), com um mix de 51%. Em um horizonte de moagem mais próxima de 600-610 milhões de toneladas , o mix pode subir até 52,5% e a produção, tangenciaria o recorde de 2023/24.

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Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024 e 2025, ficou entre os 100 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
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